Ainda que o desemprego esteja alto, existe uma carência de profissionais com habilidades específicas que satisfaçam as necessidades das empresas, impostas pela nova economia. Essas características são chamadas de habilidades do futuro.
Se por um lado um número gigante de pessoas está à procura de emprego, de outro também temos as organizações que procuram esses talentos. Entretanto, não há uma harmonia entre essa oferta e demanda devido à falta de profissionais com habilidades requisitadas.
O relatório do futuro do trabalho de 2020, da WEF, destaca essa dificuldade:
“a capacidade das empresas globais de aproveitarem o potencial de crescimento da nova era tecnológica é dificultada pela escassez de habilidades profissionais”.¹
Em resumo, o relatório demonstra que 55,4% das empresas entrevistadas afirmam que encontram falta de habilidades comportamentais nos profissionais em seus mercados e isso dificulta a contratação.
Para que sua empresa não se depare com essa mesma dificuldade, o primeiro passo é entender quais são as skills mais almejadas para o futuro do trabalho.
A partir desse conhecimento, é possível investir em processos de recrutamento e seleção voltados para a busca por esses profissionais, além de oferecer programas de treinamento para que os colaboradores possam se desenvolver continuamente.
Quer saber mais? Continue a leitura e fique por dentro.
O que é uma habilidade do futuro?
Antes de falarmos quais são as habilidades do futuro, vamos começar explicando um pouco melhor o que de fato são consideradas habilidades do futuro e quais os tipos que existem.
Dessa forma, fica mais fácil compreender o que será necessário no futuro e buscar desenvolvê-las desde agora.
Habilidades são aptidões que os profissionais devem ter e desenvolver para se tornarem profissionais qualificados de acordo com as exigências do mercado. Essas habilidades podem ser divididas em duas categorias:
- soft skills, que são habilidades relacionadas ao comportamento humano;
- hard skills, que são as competências técnicas adquiridas e aprendidas nas experiências de trabalho e em cursos.
Como se pode imaginar, as habilidades de um profissional estão ligadas diretamente à sua área de atuação, cargo que ocupa ou que deseja ocupar no mercado — e aqui já podemos adiantar a importância de colocar a pessoa certa no cargo certo, aproveitando todo o seu potencial.
Por exemplo, um gerente de marketing apresenta soft skills e hard skills apreciadas nos cargos de comunicação, marketing e publicidade.
No entanto, para que ele chegasse a um cargo de gestão, também foi necessário que desenvolvesse outras habilidades, como liderança, persuasão, negociação, pensamento analítico, ter experiências como líder de equipe, cursos na área e etc.
É essencial saber que o perfil profissional vai muito além da formação acadêmica. O peso das habilidades comportamentais é tão expressivo que características como flexibilidade e inteligência emocional são pautas de fóruns internacionais: foram eleitas pela Organização das Nações Unidas (ONU) como peças-chave no desenvolvimento dos chamados “profissionais do futuro“.
No Fórum Econômico Mundial ou World Economic Forum (WEF) de 2020¹, foi discutido, juntamente de líderes, empresas e estudiosos respeitados, vários temas que buscam promover debates sobre os rumos do planeta.
Na ocasião, foi publicado o relatório Future of Jobs, que mapeia os empregos e as habilidades do futuro, acompanhando o ritmo das mudanças.
O objetivo é buscar soluções relacionadas às dificuldades que a sociedade sofre de forma que seja possível traçar estratégias para o futuro, sendo um exemplo disso a questão do desemprego e das necessidades profissionais do mercado, evidenciando as habilidades para o futuro nos próximos cinco anos.
Qual a relação dessas habilidades com o desenvolvimento organizacional?
Conforme citado, embora a taxa de desemprego esteja alta e a procura por talentos qualificados também esteja em crescente devido à falta de profissionais habilidosos, cujas skills sejam compatíveis com as vagas e objetivos do negócio, é possível reverter essa necessidade por meio de programas de treinamento e desenvolvimento.
Aprimorar as aptidões dos colaboradores os tornam mais qualificados para desempenharem suas funções ou assumirem novos cargos.
Além disso, desenvolver as habilidades — sejam elas soft ou hard skills — que ainda não estejam em evidência, resulta na produtividade, no desenvolvimento organizacional e no engajamento, proporcionado pelo sentimento de valorização.
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Ficar à frente da concorrência
O mercado está cada vez mais competitivo com empresas que buscam inovar a cada dia. Por isso não basta só focar no desenvolvimento tecnológico, é necessário investir nas pessoas que atuam na empresa para que sejam o grande diferencial competitivo em relação à concorrência.
Qualidade nos processos
Quando um colaborador recebe treinamento e melhora suas aptidões, ele se sente mais seguro para realizar suas demandas profissionais. Com isso, a tendência é elevar a qualidade dos processos internos.
Motivação dos colaboradores
Um profissional que recebe da organização a possibilidade de aperfeiçoar suas habilidades e adquirir mais conhecimentos na área em que atua se sentirá mais valorizado pela empresa. Afinal, ele perceberá que está sendo notado e requisitado na organização para que melhore a cada dia.
Utilizar este tipo de estratégia deixa o colaborador mais engajado aos objetivos do negócio, aumentando a produtividade e tornando o clima organizacional muito melhor para todos.
Redução do turnover
O sentimento de pertencimento à empresa causado pela valorização do colaborador pode resultar na diminuição de pedidos de saída da empresa.
Profissionais enxergam as oportunidades de desenvolvimento como sinônimos de crescimento pessoal e profissional. A partir daí, aumentam seu engajamento com o empregador. Isso mantém colaboradores na empresa, evitando as trocas constantes de profissionais.
Com isso, a empresa reduz custos com rotatividade, consegue focar em planos de carreira e desenvolvimento e mantém o foco de novas contratações em profissionais que agregam ao negócio.
Quais são as 8 habilidades do futuro?
Para garantir todas as vantagens citadas aqui, você precisa saber exatamente quais são essas habilidades do futuro.
Chegou a hora. Separe papel e caneta e anote as skills que devem ser desenvolvidas nos colaboradores e buscadas nos talentos a serem contratados.
1. Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade
O mercado tem se tornado mais exigente e, muitas vezes, mais estressante. Ser um profissional resiliente e flexível diante dos problemas que aparecem, de forma que sejam resolvidos evitando conflitos, é uma das qualidades mais desejadas por organizações que prezam pelo clima organizacional positivo.
2. Inteligência emocional
Ser hábil em conseguir compreender os outros e a si mesmo, utilizando a inteligência emocional, é uma das principais habilidades do futuro. Pois, por meio dela, o profissional é capaz de manter o relacionamento com qualquer pessoa no ambiente de trabalho, independentemente se o momento é de tensão ou de harmonia.
3. Resolução de problemas
O profissional do futuro deve estar preparado e apresentar alta capacidade na resolução de problemas complexos que surgem. Nesse sentido, ser criativo, desenvolver o pensamento estratégico e ter segurança para agir em momentos complicados fará a diferença em qualquer equipe.
4. Criatividade
Organizações buscam por profissionais criativos, capazes de acompanhar e proporcionar a inovação necessária para se manter competitiva.
Ter um colaborador que consegue executar atividades cotidianas de forma como nenhum outro talento buscou fazer, garante à empresa melhorias contínuas nos processos internos e na concepção de novos produtos ou serviços.
5. Persuasão e negociação
Independentemente do departamento ou da área de atividade da empresa, é necessário que o colaborador desenvolva habilidades de negociação e persuasão, pois, mesmo que não percebamos, elas fazem parte de muitas atividades.
Profissionais capazes de cativar pessoas ao expor seus argumentos e ideias, além de saber negociar prazos e valores ou conseguir novos trabalhos com clientes, beneficiam os negócios.
6. Liderança
Muito mais que ser responsável por uma equipe e motivá-los durante o trabalho, é necessário que os colaboradores consigam ser líderes de si mesmos. Assim, suas entregas serão cada vez mais sólidas.
Embora as funções dos cargos de liderança envolvam delimitar tarefas, coordenar e assumir responsabilidades, é importante desenvolver as habilidades de liderança com o objetivo de criar equipes mais autônomas, capazes de administrar seu próprio tempo e tomar frente das situações.
7. Pensamento analítico e inovação
Os profissionais do futuro deverão ser capazes de fazer a leitura do cenário, analisar e trazer ideias para tomada de decisão, sempre se baseando em dados concretos.
Para isso, devem ser capazes de fazer a leitura correta de informações oficiais, ter perspicácia para observar o mercado e lidar com qualquer situação de maneira segura.
8. Uso, monitoramento e controle de tecnologias
Com a evolução da tecnologia, a automatização dos processos tem se tornado mais presente no ambiente empresarial, e a tendência é que isso aumente significativamente.
Dessa forma é essencial que o profissional busque interagir mais, desenvolva habilidades ligadas às tecnologias, utilize de metodologias ágeis e mostre interesse em se atualizar.
Como desenvolver as habilidades dentro e fora da empresa?
Na busca pela competitividade, é óbvio que existem muitas habilidades para serem desenvolvidas. No entanto, isso não quer dizer que você precise desenvolver todas elas nos seus colaboradores ou que os times não tenham nenhuma.
Um bom teste de perfil comportamental ajuda a decifrar quais delas estão mais em evidência. Assim, fica mais fácil dar prioridade para aquelas que estão mais alinhadas a cada área de atuação e aos objetivos do negócio.
Portanto, devemos nos atentar que todos nós temos habilidades e qualidades naturais, que desenvolvemos no decorrer de nossas vidas.
Quando essa consciência está somada ao conhecimento obtido pelos testes de perfil, fica mais simples dar preferência em aprimorá-las. Dito isso, conheça algumas maneiras de desenvolver as habilidades do futuro dentro da sua empresa.
Conheça como cada pessoa se desenvolve melhor
Quando um profissional é contratado, espera-se que ele tenha competência para realizar as demandas que foram dadas com responsabilidade.
No entanto, é necessário investir no desenvolvimento dos talentos. Ainda que as contratações sejam realizadas priorizando as habilidades do futuro, elas precisam ser atualizadas com o passar do tempo.
Nesse processo, é necessário considerar que cada pessoa se desenvolve de uma forma. Para uns, o exemplo é o melhor caminho. Para outros, aulas teóricas funcionam melhor.
Perceber as necessidades, facilidades e dificuldades é importante na hora de escolher o melhor método. E ninguém melhor do que o próprio colaborador para indicar suas preferências. Dê a chance para que os profissionais indiquem os formatos de treinamento que desejam, estude sua viabilidade e aplique sempre que possível.
Ofereça apoio
A troca de ideias com pessoas que já têm experiência nas skills que estão sendo desenvolvidas em outros talentos é muito útil para a aprendizagem. Mas nem sempre esse apoio precisa ser de um mentor.
Oferecer ajuda psicológica ou de um coach profissional contribui para que os colaboradores se conheçam melhor, enxergando, por conta própria, quais questões devem ser trabalhadas para que evoluam como profissional e como pessoa.
Crie oportunidades para praticar
Com as rotinas, muitos acabam entrando no modo automático e param de pensar profundamente. Com isso, as pessoas se transformam em apenas executores.
Uma forma de evitar esse cenário é promover o job rotation — rodízio de tarefas e funções entre o quadro de colaboradores. Dessa forma, além de sair da rotina, a empresa cria oportunidades para que os profissionais conheçam e pratiquem novas habilidades técnicas e comportamentais.
Conheça as dificuldades que impedem o processo
É importante que todo profissional saiba, antes de iniciar um processo de desenvolvimento profissional e pessoal, que todo mundo apresenta uma ou mais habilidades do futuro. Não é porque está há muito tempo no mercado que precisa ser totalmente lapidado.
O papel da empresa também é ajudar a reconhecer quais dessas skills estão mais próximas do perfil do colaborador, e quais as reais dificuldades que impedem os processos de desenvolvimento. Aplicar avaliações de desempenho e testes de perfil periodicamente podem ajudar nesse sentido.
Chegamos ao final do nosso post sobre as habilidades do futuro! Gostaríamos de reforçar a necessidade de a empresa investir no oferecimento de programas de treinamentos e desenvolvimento, combinados a um processo de recrutamento e seleção criterioso, que logo na triagem de currículos já priorize as skills necessárias para cada cargo e função em aberto.
Nunca esqueça de que o conhecimento, as habilidades e as atitudes do colaborador formam o conjunto necessário para que o trabalho seja realizado com eficiência, contribuindo para que a organização conquiste o sucesso.
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