Você já parou para pensar em como a administração de empresas e gestão de pessoas eram conduzidas no século passado? Sabemos que a abordagem humanizada das empresas com os colaboradores não era sequer aplicada. É nesse contexto que surge a Teoria das Relações Humanas.
Atualmente, falamos muito sobre gestão de pessoas, humanização dos processos, saúde e bem-estar no trabalho. Toda essa mudança estrutural é fruto da Teoria das Relações Humanas, que trouxe um conjunto de ideias e conceitos para melhorar o relacionamento com colaboradores, aumentar produtividade e eficiência.
Continue a leitura para conhecer mais sobre a Teoria das Relações Humanas e das Escolas de Administração. Além disso, saiba quais são as perspectivas para o futuro!
O que são as Escolas da Administração?
As Escolas da Administração não são escolas propriamente ditas, como faculdades que ensinam e diplomam estudantes. São nomenclaturas encontradas para diferenciar a forma como a administração de empresas foi praticada ao longo dos anos.
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Cada escola tem suas próprias características, cujo objetivo era orientar a gestão de negócios na época em que surgiram. Veja como se dividem:
- Escola Clássica (século XIX) — representada são Frederick Taylor e Henri Fayol, foi a primeira escola a tratar a Administração como ciência;
- Escola das Relações Humanas (década de 1930) — conduzida pela Teoria das Relações Humanas, revoluciona o mercado de trabalho na época, que seguia os preceitos da Escola Clássica, fazendo oposição à filosofia, enxergava as pessoas como peças de uma máquina, sem se importar com o seu bem-estar no trabalho;
- Escola Comportamentalista (década de 1950) — considerada uma evolução da Escola das Relações Humanas, com destaque para o comportamento humano e a importância da psicologia organizacional;
- Escola Contingencial (década de 1960) — argumenta a favor da gestão adaptada às necessidades da empresa, suas características e contexto sob qual um processo de tomada de decisões é aplicado;
- Escola da Qualidade Total (década de 1980) — preocupa-se em destacar a qualidade em todos os processos de gestão da empresa, desde as pequenas movimentações administrativas, até a satisfação dos clientes;
- Escola da Administração Estratégica (década de 1990) — defende que o sucesso da organização depende da visão de longo prazo dos seus gestores, cujas estratégias devem considerar ameaças e oportunidades do ambiente externo.
Quais são as principais teorias da Administração?
As Escolas de Administração foram moldadas a partir das chamadas Teorias de Administração. Antes de serem consideradas uma escola, seus teóricos defendiam um determinado modelo de gestão.
Por exemplo, a Escola Clássica nasceu da Teoria Clássica da Administração, desenvolvida por Henri Fayol e Frederick Taylor. Ambos eram defensores da eficiência na gestão de empresas e, por isso, não havia preocupação com a humanização no tratamento dado as equipes.
Na corrida pelos resultados, só importava o planejamento, a organização, a direção e o controle.
Já a Teoria das Relações Humanas surge como uma crítica à teoria clássica. Elton Mayo, professor e psicólogo, foi quem se opôs a Fayol e Taylor.
Percebendo que considerar as necessidades sociais e psicológicas dos trabalhadores poderia aumentar a produtividade nos negócios, Mayo desenvolveu as Experiências de Hawthorne, em 1927: o professor resolveu medir a relação entre bem-estar e produtividade mudando a intensidade da iluminação de uma fábrica e, posteriormente, introduzindo formas de interação, liderança e remuneração entre as equipes.
A experiência se dividiu em 4 fases:
- análise do efeito da iluminação no rendimento dos operários;
- organização do trabalho em equipe, início do trabalho supervisionado e flexibilidade da jornada de trabalho por meio de períodos de descanso, lanches e redução da carga horária;
- programa de entrevistas, equivalente à política de feedback dos dias atuais;
- remuneração por produtividade de toda a equipe.
Elton concluiu que, quanto maior a sinergia entre as equipes — construída por meio da interação constante, metas em grupo e respeito as questões emocionais — melhores eram os resultados em produtividade.
Outras teorias da Administração
Além da Teoria Clássica e a oposta Teoria das Relações Humanas, destacam-se:
- Teoria da Administração por Objetivos (1950) — defende que a gestão de empresas deve ter objetivos claros e específicos;
- Teoria da Contingência (1960) — defende que não existe uma única abordagem correta para a gestão de empresas, mas que as práticas de gestão devem ser um conjunto de ações adaptadas ao momento atual da empresa;
- Teoria da Administração Participativa (1970) — defende a participação dos colaboradores nos processos de tomada de decisão.
Como a Teoria das Relações Humanas influência no mundo atual?
A Escola das Relações Humanas defendia a teoria de que as pessoas eram mais do que simples recursos de produção e, por isso, os gestores precisaram considerar suas necessidades sociais e psicológicas.
O resultado foi atestar que os trabalhadores eram influenciados por fatores sociais e psicológicos, sendo a comunicação, a liderança participativa e a motivação os combustíveis para que essa influência fosse positiva.
A série de experimentos de Elton Mayo foi conduzida na fábrica da Western Electric em Hawthorne, Illinois, Estados Unidos. A partir desse momento, a Escola das Relações Humanas teve como comprovar que um ambiente de trabalho saudável aumenta a produtividade das equipes.
Entretanto, mesmo mostrando que uma abordagem mais humana trazia vantagens para a gestão de negócios, a Escola e a Teoria das Relações Humanas sofreram críticas.
Alguns diziam ser preciso enfatizar a racionalidade na administração de empresas. Enquanto outros defendiam que a Teoria não considerava as diferenças entre os trabalhadores e os experimentos não os viam como indivíduos.
Apesar disso, a Escola e a Teoria das Relações Humanas influenciaram o desenvolvimento da gestão de pessoas nas empresas. Portanto, podemos dizer que práticas como comunicação aberta, o feedback regular, a liderança participativa e o reconhecimento dos bons resultados são heranças de Elton Mayo.
Vale ressaltar que empresas que não se importam com o bem-estar dos trabalhadores podem ser penalizadas. Uma das principais causas de processos trabalhistas é o dano moral, que geralmente é fruto de uma gestão que não se importa com as relações interpessoais.
Na Teoria das Relações Humanas não há espaço para um posicionamento abusivo, já que o respeito ao indivíduo deve prevalecer. Quem trabalha com pessoas é, de fato, alguém que deve valorizar o capital humano do negócio, não se limitando às rotinas do departamento pessoal.
O que esperar do futuro da gestão de pessoas?
Os conhecimentos desenvolvidos a cada década são importantes para os processos de tomada de decisão que você estabelece hoje em dia, pois permite que as práticas sejam adaptadas às necessidades das gerações ativas no mercado de trabalho, a cultura do negócio e segmento de atuação.
Além disso, as escolas, suas teorias e a forma como fazemos a gestão de pessoas nos dão uma prévia sobre o que esperar para o futuro.
Tecnologia
Ultrapassamos as barreiras da tecnologia. Nossas máquinas e a internet já são amplamente utilizadas. O futuro pede inovação.
Tendo em vista todas as tendências de gestão de pessoas que se aproximam — e teorias que podem se reciclar — caminhar em direção à inovação é um caminho quase certo. Quem ainda não inovou em seus processos, como pela migração do recrutamento e admissão online, será forçado pelo mercado a fazê-lo.
Com a flexibilização das medidas de isolamento social impostas pela pandemia da Covid-19, o retorno ao trabalho presencial se integrou com o trabalho remoto, exigindo ainda mais a presença de recursos tecnológicos na interação dos colaboradores e execução dos processos internos.
Comunicação interna
Não importa o tamanho da empresa em que você trabalha, a comunicação interna deve ser um ponto de atenção. Para que os colaboradores possam entregar aquilo que se espera, é preciso serem informados sobre o que está acontecendo.
A comunicação interna é mais do que disseminar as ações de endomarketing: precisa se posicionar como um informativo e um canal de orientação.
Dessa forma, além de manter o alinhamento dos colaboradores à missão, visão e cultura da empresa, mostra para as equipes sua importância ao negócio. Afinal, elas serão as primeiras a saberem do que está acontecendo, estabelecendo uma relação de confiança com o empregador.
Se você não investir nessa estratégia, terá dificuldades para criar embaixadores da marca. Ao longo dos anos, as empresas percebem a importância de transformar seus colaboradores em um instrumento de divulgação e validação do seu negócio.
Interação
Dar autonomia para os profissionais é, também, um elemento da cultura organizacional de empresas bem-sucedidas. Os colaboradores se envolvem nos objetivos do negócio e ficam mais satisfeitos em seus trabalhos.
Como você já sabe, a satisfação eleva a produtividade. Entretanto, não podemos esquecer de salientar que a autonomia leva à interação.
Uma equipe autônoma deve interagir entre si para que os processos fluam da melhor maneira. A liderança também precisa dedicar mais tempo aos liderados, aumentando a frequência dos momentos de feedback.
É indiscutível que a Teoria das Relações Humanas foi a primeira despertar para a importância de cuidar do colaborador e valorizá-lo. Quase um século se passou, mas aqueles que trabalham com gestão de pessoas continuam atestando, na prática, que enxergar e respeitar os aspectos humanos de cada indivíduo influencia no alcance dos melhores resultados.
Vamos construir uma corrente de gestão humanizada? Compartilhe este texto para que todos saibam como aconteceram as primeiras movimentações de uma administração de empresa mais respeitosa com os colaboradores.