Com o momento de pandemia, muitas coisas mudaram, e não foi diferente com os modelos e as relações de trabalho. As empresas buscaram se ajustar para suprir as necessidades dos negócios, aliadas às exigências e segurança dos profissionais.
O mercado se adaptou e um novo modelo ganhou força: o trabalho remoto. O que era uma tendência futura virou realidade. No entanto, com a queda das restrições e do distanciamento social, a discussão permaneceu.
Afinal, qual é o modelo de trabalho mais indicado para a continuidade dos negócios? Home office ou presencial? Vale a pena permanecer como na pandemia, ou voltar à jornada tradicional? Continue a leitura!
Quais são os modelos de trabalho em alta?
Com a pandemia, as empresas recorreram ao home office como a alternativa possível para continuar as suas atividades. Analisando o saldo desse formato de trabalho, grande parte dos empregadores se mostrou satisfeito com o resultado.
A ideia de trabalhar de casa derrubou preconceitos em relação à produtividade e eficácia e proporcionou ganhos bilaterais, que, até então, era algo almejado para um futuro talvez não tão próximo.
Mesmo com os resultados positivos, um artigo divulgado pela FGV revelou que a jornada remota está diminuindo. Em 2021, 57,5% das empresas afirmavam ter adotado o home office. Em outubro de 2022, esse número havia caído para 32,7%.
A McKinsey, segundo artigo publicado em janeiro de 2023 sobre o relatório sobre o futuro do trabalho, já considera que o trabalho remoto perdeu a força, apesar de todas as vantagens conhecidas.
Não resta muita dúvida sobre home office ou presencial estarem em alta: aparentemente, a preferência é pela jornada de trabalho presencial, enquanto reuniões e encontros para discussões passam a ser remotos.
Em 2021, 60% dos executivos brasileiros preferiam fazer reuniões online. Entretanto, é preciso tomar cuidado com a chamada fadiga de videoconferências, evitando excessos e equilibrando os assuntos a serem tratados online.
Voltando ao trabalho: home office ou presencial?
O mesmo artigo da McKinsey pontua elementos importantes sobre a preferência pelo home office ou presencial.
A análise foi realizada considerando as funções desempenhadas pelo quadro de colaboradores de 2 mil empresas situadas em 8 países desenvolvidos, como Estados Unidos e França.
O resultado mostrou que de 20% a 25% das atividades podem ser desempenhadas por até 5 dias na semana em home office. Mais da metade da força de trabalho não tem oportunidade de trabalhar remotamente, seja pela natureza do trabalho, seja pela exigência de maquinários especializados.
Além disso, os consultores e parceiros da McKinsey chamam atenção para algumas atividades que podem ser realizadas em home office, mas trazem mais vantagem quando são presenciais: negociações, brainstorming e feedback negativo. Estes são processos e assuntos sensíveis, podendo ser menos eficazes quando não realizadas presencialmente.
Sendo assim, a sua empresa pode, sem problemas, aderir à jornada remota, caso as funções permitam. Entretanto, é indicado que algumas atividades permaneçam presenciais, especialmente quando envolvem criatividade, operações complexas e conversas delicadas.
E o modelo híbrido?
O modelo de trabalho híbrido é uma tendência muito bem-vista por grande parte das empresas e pelos profissionais.
No entanto, ele traz alguns desafios para a implementação e para o cumprimento das atividades. Afinal, requer envolvimento, compromisso e maior responsabilidade para o empregador — que precisa garantir o suporte — e para o empregado, que poderá organizar, com maior independência, sua jornada de trabalho.
Dessa forma, é preciso que todos os envolvidos estejam engajados e comprometidos. Organizar o retorno da equipe ao escritório pós Covid-19 exigiu planejamento, assim como a implementação do formato híbrido de trabalho também exige.
Os profissionais que puderam experimentar essa liberdade gostaram, e as empresas que optarem por esse modelo de jornada podem vencer a competitividade pelos melhores do mercado.
Como a gestão e o trabalho on-line e offline, de forma integrada, tendem a ser mais frequentes, as empresas precisam analisar se o formato considerado tendência é viável para o negócio.
Quais são as vantagens de cada tipo de jornada?
O trabalho presencial, como o nome já diz, é realizado presencialmente no espaço da organização, nas dependências da empresa. Recapitulando, trabalho remoto é o que ocorre sem a necessidade de comparecer ao local onde a empresa está localizada e acontece online. Se realizado de casa, chamamos de home office.
No formato presencial, há a vantagem de maior relacionamento com a equipe, proximidade e acompanhamento das atividades, de forma instantânea — o que pode ser permitido no formato remoto por algumas plataformas. Já na modalidade remota, é possível observar a redução de gastos e a chance de aumento da produtividade para colaboradores e empresas.
O modelo de trabalho inova, misturando as duas formas de trabalho, e pode ser usado para equilibrar necessidades e interesses das empresas com a qualidade de vida dos colaboradores.
No geral, as vantagens do home office e do híbrido podem ser listadas dessa forma.
Para os profissionais
- Maior comodidade.
- Flexibilidade de horário.
- Aumento da qualidade de vida.
- Maior liberdade.
Para as empresas
- Melhoria da produtividade.
- Redução do absenteísmo.
- Redução de custos.
- Redução de turnover.
No desenvolvimento das atividades
- Maior produtividade, devido à diminuição do absenteísmo.
- Maior produtividade, pela ausência de atrasos por causa do deslocamento.
- Maior produtividade, pela possibilidade de gestão do tempo.
- Possibilidade de trabalho conjunto e job sharing com outro funcionário, por meio de plataformas interativas.
Como escolher entre esses modelos?
A escolha entre o modelo de trabalho ideal para a sua empresa deve considerar os pontos explorados neste artigo, respondendo a algumas perguntas com sinceridade:
- quais funções de trabalho podem ser desempenhadas remotamente?
- que atividades meus colaboradores precisam desempenhar pessoalmente e quais podem ser feitas em formato remoto?
- há condições de trazer os colaboradores que trabalham remoto para reuniões importantes na sede da empresa?
- há condições de fornecer a infraestrutura adequada, a mesma do trabalho presencial, para home office ou híbrido?
Depois de colocar tudo na ponta do lápis, é hora de partir para a estruturação. A empresa pode ter condições de garantir bons salários e trocar as despesas de escritório por viagens para reunir os melhores talentos do mercado, mas precisa implementar os modelos de forma estratégica e eficaz.
Como estruturar e gerenciar os modelos de trabalho?
Uma vez que o sucesso de gestão de uma equipe home office ou híbrida dependa também da sua estruturação, confira questões importantes a serem avaliadas, pensadas e estruturadas antes de oferecer esses modelos aos profissionais.
Disponibilização de estrutura com equipamentos e conectividade
A empresa é responsável pela conformidade da estrutura para os momentos de trabalho, tanto dentro da empresa quanto fora. Quando fora do espaço da organização, o colaborador também precisa de uma conectividade que dê maior garantia ao cumprimento de suas obrigações laborais.
Quanto ao uso de equipamentos, se necessário, a empresa precisa disponibilizar ou negociar o uso, de forma que o profissional se sinta assistido — afinal, trata-se de um instrumento de trabalho.
Também não se esqueça da ergonomia. No modelo presencial, ela é determinada pelas Normas Regulamentadoras. A NR 17 também é aplicada ao home office.
Estabelecimento de metas
Trabalhando em casa, o profissional tem maior flexibilidade com o horário de trabalho e a liderança não poderá acompanhá-lo pessoalmente. Para auxiliar no cumprimento das atividades, é possível a elaboração de metas e de ferramentas, para que seja possível o acompanhamento online.
O alinhamento das metas e dos indicadores contribui para que os colaboradores e departamentos saibam o que deve ser feito e o que é esperado — independentemente de onde eles estejam.
Essa é uma atitude positiva para equipes gerenciadas no modelo híbrido, home office ou presencial.
Promoção de reuniões e capacitação
Se após toda a leitura você se convenceu de que o home office ou o trabalho híbrido é o ideal para a sua empresa, é hora de adequar seus colaboradores a esse modelo de jornada. Baseado nas pesquisas expostas aqui, grande parte dos trabalhadores não estão acostumados a trabalhar em formato remoto.
É importante que o colaborador esteja seguro e ciente da importância do comprometimento, para que o modelo híbrido responda às expectativas. Uma opção é promover treinamentos e capacitação que busquem auxiliar no bom desenvolvimento do trabalho, que os ajudem na execução das atividades.
Inovação na cultura organizacional
Ao adotar o formato híbrido ou home office, a empresa conta com uma nova rotina: mais inovadora, empreendedora e digital. Ela mostra certo grau de autonomia.
As empresas mais tradicionais e as que têm os relacionamentos interpessoais como essência da organização podem fazer a transição aos poucos, já que os valores da cultura organizacional precisam ser considerados.
Ainda que de certa forma conseguimos diminuir a agressividade da COVID-19, a pandemia nos mostrou que uma infecção viral pode exigir que a sociedade tome medidas drásticas para que o mercado de trabalho não pare. Mesmo quem opta pelo presencial deve estar preparado para mudar a rota novamente, caso seja necessário.
Já estamos vivendo o famoso “novo normal”, tão falado durante a pandemia. No mundo empresarial, modelo de trabalho híbrido, home office ou presencial são perfeitamente aceitáveis e adaptáveis a todo tipo de negócio neste momento.
A condição é que a empresa saiba identificar quais funções são mais adequadas para cada modelo, além de estruturar e gerenciar as equipes. Conte com a nossa ajuda para isso. Assine a nossa newsletter e receba dicas de gestão no seu e-mail.
