Você sabia que no dia 21 de setembro comemoramos o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência? A data foi instituída para conscientizar a população a respeito dos direitos das PcDs, mas o RH tem um papel-chave para dinamizar esse processo social.
Isso significa que o RH precisa ir além da Lei 8.213/91, que garante as vagas para PcD nas empresas. Sendo agentes de promoção da cultura da diversidade e de um mercado de trabalho mais plural e acessível, é essencial que líderes e gestores conheçam as origens da causa e atuem em prol de ações que promovam, de fato, a inclusão.
Então, qual é a história do dia da luta PcD e como o RH deve se posicionar em relação a essa data? Continue conosco e entenda!
Qual é o dia da luta PcD?
O Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência é 21 de setembro. A data foi estabelecida pela Lei nº 11.133/2005, no dia 14 de julho de 2005, embora já fosse celebrada desde 1982 de modo extraoficial.
Além da data do calendário brasileiro, o dia 3 de dezembro também é comemorado como o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Esse marco foi criado pela ONU em 1992.
Qual é a história dessa data tão importante?
A escolha da data tem uma série de significados. A começar que 21 de setembro é o Dia da Árvore e também é muito próximo ao princípio da primavera no Hemisfério Sul, o que remete ao renascer das plantas e aos processos cíclicos da natureza. Isso simboliza o sentimento de renovação das reivindicações por inclusão de PcDs, qualidade de vida e atuação plena na sociedade.
A criação e a escolha desse dia foi iniciativa do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes (MDPD), um grupo que discute e elabora transformações sociais em favor das PcDs desde a década de 1980. E o surgimento desse movimento, por sua vez, tem raízes no movimento estudantil da época da ditadura militar.
Isso porque um dos fundadores do MDPD foi Cândido Pinto de Melo, um estudante que lutava ativamente pelos direitos coletivos e individuais quando o governo ditatorial se instaurou no país. Em 1969, ele sofreu um atentado que o deixou paraplégico e mudou completamente a sua vida. Dedicou-se aos estudos da Engenharia Biomédica, engajando-se ainda mais na luta PcD, por uma sociedade mais igualitária, acessível e livre de preconceitos.
Tudo isso torna o 21 de setembro um dia importante para motivar pessoas com deficiência, bem como relembrar colaboradores e gestores sobre a sua atuação em busca de uma sociedade mais diversa e inclusiva.
Nesse contexto, é fundamental lembrar que, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, quase 46 milhões de brasileiros (em torno de 24% da população) têm deficiência mental/intelectual ou algum grau de dificuldade para caminhar, enxergar, ouvir ou subir degraus.
Assim, o RH tem um papel central para desenvolver ações de inclusão no mercado de trabalho, de modo que essa parcela da população encontre espaço para o seu pleno desenvolvimento profissional.
Como o RH deve se posicionar em relação a essa data?
Como mencionamos no início do artigo, líderes e gestores de RH são agentes de transformação. E para que o ambiente corporativo seja de fato inclusivo, algumas estratégias precisam ser desenhadas, tanto para atrair quanto para reter talentos na empresa, com manutenção saudável das metas organizacionais.
Veja só algumas ações do RH que se alinham à luta PcD.
Dentro da empresa
Os treinamentos dentro da empresa devem ser constantes para toda a equipe. Líderes e colaboradores precisam ser capacitados para incluírem e aceitarem PcDs no ambiente corporativo — palestras e outras atividades de conscientização são essenciais nesse sentido.
É preciso criar um clima organizacional de inclusão e não apenas fazer a inserção de PcDs, para que esses profissionais se sintam importantes e produtivos para a empresa, não só números para cumprir a Lei.
Além disso, é papel do RH observar se as dificuldades das PcDs estão sendo contornadas e adaptar o ambiente para tal. Se o setor perceber que ainda há resistência para a inclusão dos colaboradores com deficiência, a participação de psicólogos e profissionais de consultoria pode ser a solução.
Outra sugestão para contornar as dificuldades cotidianas de cada colaborador é a formação de equipes híbridas. O trabalho remoto otimiza bastante a adaptação dos times e até proporciona mais tempo para a empresa adequar seu espaço à acessibilidade, caso precise.
Em processos de recrutamento e seleção
Os processos de recrutamento também precisam de atenção. O RH deve estar muito bem-preparado para identificar as competências e as dificuldades dos candidatos selecionados. Nesse ponto, é necessário ter sensibilidade para avaliar as habilidades de cada um, sem abrir espaço para preconceito e discriminação.
Novamente, é preciso ter treinamento e informação para gerenciar essa diversidade dentro da empresa. Os processos de recrutamento e seleção devem ser levados de forma que não deixem barreiras que impeçam os candidatos de demonstrarem suas competências ou realizarem todas as etapas do processo.
Candidatura ampla
A Lei de Cotas estabelece que as empresas contratem uma porcentagem profissionais PcD em seus times, mas, como dissemos, a inclusão plena dessas pessoas na sociedade e a sua atuação cidadã dependem mais do que a sua simples inserção nas vagas corporativas.
Isso porque, muitas vezes, atentos apenas a preencher as vagas reservadas para PcD, os gestores os vinculam somente a tarefas operacionais, nem sempre contemplando ambições e planos de carreira.
Dessa forma, abrir candidatura ampla, oferecendo vagas estratégicas para as PcDs,é uma maneira de desenvolver também a diversidade cognitiva na empresa e desvincular a falsa ideia de que PcDs não têm perfil adequado para ocuparem posições de liderança no mercado.
Ou seja, como você pôde notar, o RH desempenha uma função imprescindível na luta contra o capacitismo, e celebrar o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência é um modo de engajar toda a equipe. Visto que a atuação do RH não é pontual, mas abrangente dentro da empresa, as ações desenvolvidas têm grande impacto em toda a corporação.
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