Quando falamos em uma sociedade mais justa e igualitária em direitos, precisamos pensar em conceber um mercado de trabalho inclusivo e isso significa abrir possibilidades para que todos possam desempenhar as suas habilidades e contribuir, apesar de suas especificidades e demandas.
Neste artigo abordaremos informações sobre os programas de inclusão, integração de pessoas com deficiência, sua importância e dicas para que a empresa possa ser uma organização responsável por melhores práticas.
A quem chamamos de PcD?
PcD significa Pessoa com Deficiência, é o termo correto e oficial, estabelecido pelas convenções das Nações Unidas, para definir pessoas que possuem algum tipo de limitação permanente, seja de nascença ou adquirida no decorrer da vida, causada por um acidente ou enfermidade, por exemplo.
Segundo dados do IBGE, o Brasil possui aproximadamente 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, das quais 27 milhões possuem idade para atuar no mercado de trabalho — o que chamamos de idade ativa.
As limitações são de natureza física, mental ou sensorial e, apesar de muitos avanços e conquistas, ainda há um longo caminho para o alcance de um mercado de trabalho com respeito às diferenças.
O que são programas de inclusão?
Os programas de inclusão são conjuntos de ações que visam garantir a participação e inclusão de PcDs no mercado de trabalho, com o respaldo legal. A Lei 13.146/2015 — Lei Brasileira de Inclusão de Pessoas com Deficiência —, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, aborda sobre os direitos das PcDs referentes à saúde, moradia, educação e também sobre o trabalho.
Já a Lei des cotas, ou Lei 8.213, de julho de 1991, assegura um percentual na participação do quadro de funcionários da empresa (quando possui mais de 100 funcionários) ou em processo seletivo de concurso público, propondo a seguinte distribuição:
- 5% das vagas para empresas com mais de 1.000 colaboradores;
- 4% das vagas para empresas que possuem de 501 a 1.000 colaboradores;
- 3% das vagas para empresas que possuem de 201 a 500 colaboradores;
- 2% das vagas para empresas com até 201 colaboradores.
Mas apesar dos suportes legais, a inclusão ainda é um desafio que precisa da atenção dos gestores e da coletividade.
Qual a importância dos programas de inclusão?
Os programas possuem grande importância, não só pelo fortalecimento das ações de empatia, mas também porque as empresas, agora, precisam desempenhar um papel social e político, se preocupando com a sustentabilidade, com os direitos dos profissionais e dos consumidores.
Atualmente, uma das expectativas dos consumidores é que a empresa atue com responsabilidade junto a coletividade, implementando ações de inclusão garantidas pela constituição. Dessa forma, o motivo da inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho não é apenas uma questão de solidariedade, mas de cumprimento dos direitos adquiridos legalmente.
O ganho é de todos, e para a vida, já que a equipe passa a conviver e aprender com as diferenças, e a contar com as habilidades de funcionários que, mesmo com alguma limitação, podem exercer suas atividades com competência.
5 dicas para fazer a inclusão
De acordo com o Ministério do Trabalho, apenas 1% das vagas de emprego são ocupadas por PcDs. As empresas atribuem o entrave a fatores como adaptação de estrutura física, falta de preparo dos gestores e falta de qualificação para algumas áreas, aumentando a importância do RH neste desafio. Para colaborar com o processo de inclusão, listamos 5 dicas. Continue a leitura!
Tenha uma cultura organizacional inclusiva
A cultura organizacional da empresa trata do conjunto de comportamentos, políticas e valores preconizados pela empresa. Então, é muito importante que a organização adote a inclusão como lema e como atitude para que todos os colaboradores tenham a consciência que incluir faz parte dos seus valores e missão.
Os valores precisam fazer parte do dia a dia para que ocorra de forma plena pois, como todo processo de construção coletiva, não traz resultado imediato. Por isso é preciso que a empresa adote medidas que promovam a mudança de comportamento com visão na justiça e na igualdade.
Faça adaptações na estrutura física da empresa para otimizar a acessibilidade
Um dos pontos essenciais é a adaptação da estrutura física para melhorar a acessibilidade ao espaço da empresa, oferecendo rampas e elevadores para pessoas com dificuldade de locomoção, pisos táteis, sinalizações e banheiros adaptados.
Oferte vagas para pessoas com deficiência
Se a cultura organizacional da empresa traz a ideia de responsabilidade com a inclusão, se estruturando fisicamente, já traçou um importante caminho receber os profissionais PcDs. A partir daí, a efetivação da inclusão ocorrerá com a criação de vagas, que devem observar alguns fatores.
Os métodos de seleção não devem suscitar diferenciações de pessoas com e sem deficiência para práticas como plano de carreira, avaliação de desempenho, treinamentos e capacitação, por exemplo. Além disso, os instrumentos de trabalho como computadores, ferramentas e outros utilizados na atividade laboral, precisam estar adaptados, levando em consideração as demandas e particularidades dos colaboradores com deficiência.
Conscientize os funcionários sobre a importância da inclusão
As pessoas influenciam diretamente no clima organizacional e, para que os profissionais se sintam acolhidos como devem ser, é preciso que o time de colaboradores esteja consciente de que a boa convivência com todos é importante para o trabalho em equipe, independente das especificidades.
Para auxiliar no processo, é bastante válido promover encontros de capacitação onde assuntos ligados à cultura da empresa e responsabilidade social e legal sejam vinculados para frear estereótipos, inibir a exclusão, e fortalecer a afetividade entre os colaboradores.
Reforce e compartilhe os resultados positivos da convivência plural
A convivência plural traz inúmeros benefícios ao espaço laboral porque a equipe se fortalece, desenvolve maior empatia e a prática do respeito tende a ser constante. Portanto, é muito importante observar todos os pontos positivos, reforçar e compartilhar com a sua equipe todos os ganhos, ressaltando que eles fazem toda a diferença nas relações interpessoais, sociais e no ambiente de trabalho.
A inclusão de profissionais com deficiência é um desafio para as empresas, mas tem apresentado avanços importantes. Está prevista na legislação — que reforça o cuidado com a acessibilidade, cotas e várias outras questões —, mas também faz parte consciência social e política das organizações. Diante disso, é uma necessidade real que não pode ser ignorada.
Quer saber mais sobre como promover a inclusão na sua empresa e garantir um espaço laboral responsável e cumpridor das leis? Entre em contato com a gente!
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