Antes de serem colaboradores, as pessoas que trabalham na empresa são seres humanos, que se dedicam um período de suas vidas para entregar um bom trabalho à empresa. Portanto, é fundamental ter preocupação com eles durante todos os momentos de vínculo com a organização, o que inclui uma possível demissão. Nesse caso, o ideal é praticar o desligamento humanizado.
Também chamada de outplacement, essa é uma estratégia que visa tornar a situação menos impactante para todos, principalmente para o profissional que está sendo desligado. Ela é essencial para minimizar as burocracias envolvidas e oferecer apoio ao colaborador em um momento tão delicado.
O RH tem um papel fundamental nessa estratégia, e foi por isso que preparamos este artigo. Ele explica o que é o desligamento feito de forma humanizada, como aplicar na prática, os benefícios que proporciona e de que maneira o setor de recursos humanos pode agir de modo estratégico nessa hora. Acompanhe!
O que é o desligamento humanizado?
O desligamento de um colaborador não impacta somente ele mesmo. Existem diversos agentes envolvidos nesse processo, que são a equipe do departamento pessoal, o gestor que atuava diretamente com o profissional e os colegas de trabalho. Isso sem contar nos agentes indiretos, como a sua família.
Uma demissão pode provocar impactos para todas essas pessoas, e é por isso que o ideal é praticar o desligamento humanizado. Essa estratégia tem por objetivo tornar esse processo mais leve, demonstrando preocupação e empatia com o colaborador. Assim, mesmo vivendo uma situação desagradável, o profissional percebe que é valorizado pela empresa.
O desligamento humanizado consiste em finalizar o vínculo empregatício evitando atritos entre as partes envolvidas. Tudo é conduzido de uma maneira cuidadosa, com respeito pelo profissional e suas contribuições à empresa; inclusive, oferecendo novas oportunidades para que ele dê continuidade à sua carreira.
Quais são os benefícios do desligamento humanizado?
Para o profissional, a demissão pode abalar a autoestima e o estado psicológico em geral. É uma situação que gera grande preocupação e estresse; ao mesmo tempo, se não for praticado o desligamento humanizado, isso pode se reverter contra a empresa, em conflitos, inimizade com o responsável do departamento pessoal e até mesmo processos trabalhistas.
Sendo assim, realizar a demissão de uma forma humanizada traz diversos benefícios; um deles é preservar os relacionamentos. Afinal, nem sempre o vínculo empregatício termina por problemas. Muitas vezes, é um reajuste do quadro de colaboradores em função de cortes de gastos ou crises.
Se o desligamento for feito com humanização, o colaborador poderá compreender a situação e, quem sabe, encontrar portas abertas para uma possível recontratação no futuro. Ele se sente valorizado, entendendo que a situação está acontecendo por necessidade e que a sua competência e atuação não estão interferindo nesse processo.
Um desligamento humanizado contribui muito para a autoestima do profissional, sua autoconfiança e segurança. Ele se sente motivado e apoiado para buscar novas oportunidades e se recolocar no mercado de trabalho.
Como o profissional sente esse apoio por parte da empresa e não fica ofendido com o desligamento, a organização tem menos riscos de sofrer penalizações. Um ex-funcionário insatisfeito tende a procurar qualquer motivo para processar a empresa, mas as chances são reduzidas se o desligamento for feito de uma forma transparente e amigável, pautada no respeito.
Como o desligamento humanizado funciona na prática?
A demissão humanizada, portanto, é uma estratégia que contribui para o employee experience mesmo em um momento delicado e desagradável. Na prática, funciona de uma forma simples.
O primeiro elemento é que tudo precisa ser conduzido de uma forma muito transparente. É fundamental que o colaborador saiba o motivo o qual está sendo desligado. Assim, é preciso manter uma comunicação clara.
Todos aqueles que estiverem envolvidos de uma forma direta precisam manter o foco no RH humanizado, praticando a empatia e compreendendo o lado humano da questão. Considere que o colaborador tem suas necessidades e depende do emprego para seu sustento — talvez o da sua família também.
Desburocratizar o processo é fundamental. Quanto menos preocupações o colaborador tiver nesse momento, melhor será para suas condições psicológicas. Vale lembrar a importância de colocar em evidência o valor da contribuição que ele deixou e que a demissão está acontecendo por motivos de força maior.
A própria legislação diz o que deve ser feito, mas convém ressaltar que é imprescindível preservar todos os direitos do trabalhador, facilitando os passos seguintes para que ele não se sinta lesado. Até mesmo porque este colaborador pode não ter conhecimento dos seus direitos e não saber onde buscar esta informação.
A discrição é mais uma forma de fazer o desligamento humanizado. Não precisa correr em segredo, mas também não é conveniente que vire uma conversa de corredores. O falatório torna a demissão mais desagradável para o funcionário, além do risco de surgirem boatos na empresa. O ideal é que seja uma conversa privativa apenas entre os envolvidos neste processo, de forma calma e clara.
Como o RH pode agir estrategicamente na hora do desligamento do colaborador?
Uma demissão humanizada acontece quando temos um RH humanizado também. A ação estratégica desse setor é muito importante para que o processo de desligamento seja mais tranquilo para todos.
Além das ações e posturas que citamos, é essencial trazer soluções úteis para o profissional. Vale mostrar para o ex-colaborador o que ele precisa fazer em seguida e de que maneira terá acesso aos valores e datas de pagamento referentes à sua rescisão contratual.
Esse trabalho de educação é fundamental porque a pessoa pode não saber o que deve ser feito. Além disso, contribui para que não o profissional não perca prazos e saiba como dar entrada no seguro-desemprego.
Outra ação que o setor de RH pode promover é a disponibilização de apoio psicológico, educação financeira e econômica, para que o ex-funcionário saiba como conduzir esse momento em que está segurado até conseguir uma recolocação no mercado. Aliás, um serviço de Apoio à Recolocação, como oferecido pela Catho, contribui muito para que esse profissional tenha motivação para procurar um novo emprego.
Além disso, é interessante ministrar palestras relacionadas à carreira e ao mercado. Também pode ser oferecida uma análise comportamental, para que o profissional saiba o que ele pode desenvolver ou melhorar, a fim de encontrar melhores oportunidades.
Outra ação positiva é indicar vagas abertas em empresas parceiras ou da rede de contatos. Uma carta de recomendação é bem-vinda, pois mostra a preocupação da empresa em contribuir para encontrar uma nova oportunidade o mais rápido possível; além de provar que o colaborador saiu dali com uma imagem positiva.
É válido ressaltar que a alta rotatividade de funcionários traz prejuízos para a empresa, ainda que o processo de demissão seja humano. O ideal é que o setor de RH conduza as contratações de uma forma eficiente, para que os desligamentos aconteçam apenas por motivo de força maior, e não porque o profissional não se encaixou na equipe.
Agora que ficou claro o que é desligamento humanizado e a importância que ele tem, procure implementar essa estratégia junto ao seu time. Assim, o trabalho do RH será aprimorado, alcançando resultados positivos mesmo quando o vínculo empregatício termina. Isso ajudará a melhorar a imagem da empresa, por sua responsabilidade social junto aos colaboradores.
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