Com cada vez mais notícias sobre mudanças no mercado de trabalho que se refletem em empregos mais flexíveis, ritmos diferentes de produtividade e variados benefícios e planos de carreira, um segmento tem chamado a atenção: o da psicologia organizacional.
Afinal, ele tem lidado diretamente com essas tendências e novidades, contribuindo para que tanto colaboradores quanto instituições (públicas e privadas) tenham relações trabalhistas positivas para ambos os lados.
Se você ainda não está por dentro de como funciona a psicologia organizacional e qual o papel ela assume dentro das empresas, não se preocupe. Neste post, você vai entender tudo a respeito. Acompanhe!
O que é a psicologia organizacional?
Algumas pessoas confundem a psicologia organizacional como uma pós-graduação de Gestão de RH. Isso porque ela é voltada para o ambiente empresarial e a relação das instituições com os funcionários.
Não é para menos que ela se concentra em dois pontos. O primeiro é o desenvolvimento e o aprimoramento das competências profissionais. Já o segundo envolve ações e intervenções que otimizem o ambiente de trabalho para o capital humano.
O motivo disso é que é possível, a partir daí, proporcionar melhorias nas condições de trabalho, resguardar a saúde mental dos funcionários e também aumentar a inclusão da diversidade de pessoas nas empresas, por exemplo.
Porém, a verdade é que a psicologia organizacional é um dos segmentos da psicologia. Inclusive, apesar de ser conhecida por esse nome mais enxuto, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) reconhece essa área como Psicologia Organizacional e do Trabalho.
Quais são os objetivos da psicologia organizacional?
Os objetivos de atuação desse segmento dentro das organizações são muito bem estabelecidos, já que são previstos em resolução do próprio CFP, a de nº 013/2007. Abaixo, nós mostramos alguns deles:
- promoção e reabilitação em saúde ocupacional — para evitar casos de problemas no trabalho que afetem psicologicamente os funcionários, causando tanto prejuízos na vida profissional quanto pessoal;
- promoção de organizações sociais internas — para discutir melhorias que favoreçam a qualidade do trabalho e o engajamento com as metas da companhia;
- ações de estímulo à produtividade — conforme um estudo do perfil dos colaboradores e de aspectos do ambiente, da jornada e das atividades desenvolvidas por eles;
- intervenção em casos de dificuldades de acesso e integração às medidas de inclusão — por exemplo, com pessoas com deficiência (PcD);
- avaliação comportamental, de humor e personalidade — voltada para os profissionais que estão em processo de seleção e treinamento;
- planejamento de carreira personalizado — considerado a autorrealização e a orientação profissional necessárias para cada sujeito e suas particularidades.
Por que ter um profissional de psicologia organizacional na empresa?
Para além do que falamos no tópico anterior, profissionais de psicologia organizacional trazem diferenciais expressivos para qualquer negócio — e não é exagero falar isso.
Basta ter em foco que a presença deles no setor de RH mostra que a companhia está indo além de questões técnicas na contratação e manutenção de vínculos com os colaboradores. Ela está disponibilizando profissionais capacitados para lidar com demandas novas que surgem, por exemplo, por:
- situações sanitárias que afetam o Brasil e o mundo, como é o caso da pandemia da Covid-19 que levou o mercado a se reformular quanto à obrigatoriedade da jornada de trabalho presencial;
- questões relacionadas ao bem-estar emocional e a saúde mental, uma vez que o número de transtornos mentais tem crescido sem parar. Só em 2020, conforme um artigo divulgado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), foram mais de meio milhão de trabalhadores afastados por essa razão;
- problemas interpessoais que surgem no decorrer do trabalho em equipe que geram conflitos, desgastes na capacidade colaboração e comunicação falha, afetando, consequentemente o desempenho e a qualidade do time de funcionários.
Como o profissional de RH pode se especializar em psicologia organizacional?
Basicamente, há dois caminhos possíveis. O primeiro é ele cursar a faculdade de Psicologia, que tem duração de cinco anos e é feita apenas presencialmente.
A graduação o prepara de forma generalista para atura como psicólogo, podendo, assim, realizar as atividades que são exclusivas da categoria, como estabelecido na Lei nº 4119/62.
Além disso, ele também vai se capacitar para as funções que realiza nos diferentes setores do mercado, o que inclui o de recursos humanos (ou desenvolvimento pessoal).
Uma vez finalizada essa formação, o profissional ingressa na pós-graduação em Psicologia Organizacional que dura cerca de dois anos. Na especialização, ele vai se aprofundar, entre muitas coisas, em:
- demandas atuais das empresas quanto aos colaboradores;
- tendências do ramo para o futuro do meio corporativo;
- práticas para encontrar e reter talentos na companhia;
- mudanças e flexibilizações na rotina de serviços dos funcionários;
- impactos da tecnologia no ambiente de trabalho;
- atividades que podem ser realizadas para estimular e fortalecer o clima e a cultura organizacionais.
Porém, para quem já é graduado em outra área — tendo estudado em universidades em Recursos Humanos ou Administração — e não pensa em uma segunda graduação, há outra opção. Isto é, fazer logo a especialização em Psicologia Organizacional.
Essa é uma alternativa permitida pelo Ministério da Educação e que é facilitada por muitas instituições de ensino. Desde que, é claro, o aluno venha de uma formação que seja afim ao segmento dessa pós (que também pode ser um MBA, mestrado ou doutorado).
Porém, vale sempre a atenção: mesmo tendo a especialização nesse campo da psicologia, o profissional não pode exercer qualquer atividade restrita aos psicólogos, como a aplicação de testes e realização de diagnósticos de transtornos mentais. Afinal de contas, ele não tem bacharelado em Psicologia nem registro ativo no Conselho Regional de Psicologia (CRP) de onde reside, ok?
E, então, ficou claro o que é psicologia organizacional e como essa categoria pode beneficiar as instituições? Portanto, vale a pena não só investir nesse tipo de formação, mas também estimular outros profissionais do RH a fazerem o mesmo.
Dessa forma, você consegue uma equipe mais qualificada, multiprofissional e atualizada para diversificar as atividades internas do setor. Isso sem falar no fato de que você fortalece a confiança, o engajamento e a produtividade dos colaboradores ao aderir a ações que visam não só resultados, mas também o bem-estar deles.
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