Conciliar maternidade e trabalho é uma tarefa mais fácil para as mulheres quando elas recebem o suporte da empresa, que pode ser uma grande agente de mudança. Isso é fundamental para que as colaboradoras tomem as melhores decisões sobre sua trajetória profissional, e o setor de RH tem um papel importante no processo.
Debater esse assunto nas organizações é o primeiro passo para garantir às mulheres o apoio necessário para superar os desafios da relação entre a maternidade e a vida profissional. Assim, elas não precisarão negligenciar um aspecto ou outro.
Esse é um assunto que está bastante em alta, por isso, preparamos este artigo para que você saiba como a empresa pode ajudar as mães colaboradoras a manterem seu espaço no mercado de trabalho. Continue lendo!
Quais são os principais desafios entre maternidade e trabalho?
Você sabia que 30% das mulheres profissionais já deixaram o mercado para se dedicarem aos filhos? O número é quatro vezes menor em relação aos homens, que somam apenas 7% entre aqueles que participaram da Pesquisa dos Profissionais da Catho de 2018.
Esse número alto mostra o quão difícil é para as mulheres conciliar maternidade e trabalho, levando a decisões que sacrificam o convívio familiar ou a construção da sua carreira. Isso é algo que não deveria acontecer, certo?
Além disso, não é novidade que em alguns processos de seleção o quesito ser mãe ou pretender ter filhos é um fator que influencia de forma direta as chances de conseguir uma vaga. Mais uma vez, é exigido da mulher decidir entre maternidade e carreira.
Outro aspecto mostra a prevalência do preconceito com mães no mercado de trabalho. O salário recebido por elas é menor em relação ao das mulheres que não têm filhos. No caso das profissionais com três filhos, podem receber até até 66% menos do que as que não têm nenhum.
Também é importante destacar que, embora a liderança feminina venha crescendo no mercado de trabalho, elas ainda encontram desafios para ocupar esse espaço. Isso porque muitas empresas preferem não colocar mulheres na chefia em função de a maternidade influenciar sua atividade profissional.
Portanto, as profissionais mães sentem dificuldade em se manterem no mercado de trabalho, sobretudo ao voltar a trabalhar depois de terem filhos. O maior desafio é conciliar as atividades na empresa e em casa, já que muitas vezes os horários são engessados e a dupla jornada fica por conta das mulheres.
Com o home office, as dificuldades cessaram?
É verdade que o home office pode facilitar bastante a conciliação entre maternidade e trabalho. Mas, apenas o fato de estarem em casa não elimina todos os desafios que as mulheres encontram para cuidar dos filhos e manter a sua carreira profissional.
Em home office, elas conseguem ter uma presença maior no lar e proximidade com os seus filhos, porém, a carga de trabalho continua sendo dobrada. Em alguns casos elas encontram dificuldade em manter a concentração e cumprir horários comerciais, por exemplo.
Muitas empresas, mesmo oferecendo essa modalidade de trabalho, continuam exigindo uma jornada fixa. Assim, as profissionais devem cumprir os mesmos horários, e essa falta de flexibilidade tende a atrapalhar da mesma forma a conciliação entre maternidade e carreira.
Como as empresas podem apoiar as colaboradoras em relação à maternidade e trabalho?
É importante ressaltar que, mesmo com todos esses desafios, as mulheres conseguem se sair muito bem na conciliação entre a vida familiar e o trabalho. Prova disso é que sua presença no mercado vem crescendo cada vez mais, e elas mostram sua competência na atuação em diferentes setores.
As empresas, no entanto, podem contribuir para que as mulheres tenham um pouco mais de tranquilidade na hora de conciliar maternidade e carreira. Mesmo porque não podemos esquecer que, de acordo com a CLT, as mães têm os seus direitos garantidos.
Além de fazer valer o que consta nas leis trabalhistas, as empresas podem proporcionar às profissionais mães o apoio que necessitam. Não podemos desconsiderar que os desafios começam antes mesmo da gravidez, com as menores chances de conseguir uma vaga, justamente pela mulher carregar a possibilidade de engravidar.
Sendo assim, é necessário mudar a cultura organizacional para não só aumentar a presença feminina no mercado de trabalho, mas também dar apoio às colaboradoras. Veja a seguir de que maneira garantir esse suporte de uma forma humanizada e justa.
No período de gravidez
Os desafios de conciliar maternidade e trabalho começam logo na gestação, uma vez que a mulher se sente insegura pela possibilidade de perder o seu emprego. Portanto, trazer segurança e garantir estabilidade a ela nesse momento é fundamental.
Também é interessante que a empresa proporcione um pouco mais de flexibilidade, uma vez que a mulher precisará cumprir o pré-natal. Pode, ainda, desenvolver programas para tratar de assuntos relacionados à gestação, ao cuidado com a saúde e outros aspectos.
Mais um fator que merece atenção é a ergonomia para a colaboradora grávida. O corpo da mulher passa por mudanças durante a gravidez, sendo importante adequar o espaço de trabalho de modo que ela se sinta mais confortável e não desenvolva problemas em função da atividade laboral.
No trabalho presencial
Após a licença-maternidade, a empresa deve considerar que a colaboradora continua tendo um bebê em casa. Por isso, é importante que receba aconselhamento para amamentar e conte com um espaço privativo para fazer o bombeamento peitoral.
É interessante continuar proporcionando um horário de trabalho mais flexível. Afinal, o filho pode adoecer, talvez os horários entre a creche e o início da jornada laboral não coincidam, entre outras dificuldades. Isso evita consideravelmente o estresse por causa da pressão.
Trabalhar com metas, nesse sentido, pode ser mais fácil para a mulher conciliar maternidade e trabalho, em vez de cumprir rigorosamente um horário. Inclusive, é interessante que ela tenha liberdade em realizar algumas tarefas de maneira remota.
Em home office
Para as profissionais que vão atuar em home office, as empresas também podem proporcionar um pouco mais de flexibilidade. Com isso, a mulher não precisa necessariamente cumprir o horário comercial, desde que consiga fazer suas entregas e atingir os resultados.
Dessa forma, ela tem mais liberdade ao organizar sua rotina e conciliar seus horários com os dos filhos. Para que essa gestão de tempo seja ainda mais eficiente, a organização pode oferecer palestras ou treinamentos que ajudem a otimizar a rotina e manter a produtividade alta.
Uma boa gestão de pessoas nesse momento é fundamental para que seja possível fazer essas negociações e garantir à colaboradora as ferramentas e o suporte que ela precisa para fazer essa conciliação. Trabalhar em casa não precisa ser sinônimo de atrasos ou má qualidade nas entregas, mas a empresa precisa assumir seu papel nesse processo.
Como conciliar maternidade e trabalho é um desafio às mulheres, o profissional de RH deve participar desse movimento, a fim de promover mudanças. Essa atuação é crucial para garantir um mercado de trabalho mais justo, proporcionando segurança e suporte para que as mulheres não tenham que decidir entre um aspecto e outro da sua vida — já que ambos são importantes.
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