O sucesso de uma organização está diretamente relacionado ao modo como o seu time de profissionais se sente no ambiente de trabalho. Com a maior conscientização sobre a importância da diversidade nas empresas, refletir e adotar a linguagem inclusiva é de extrema relevância para que esse conceito, de fato, seja aplicado na prática.
Algumas palavras mudam de acordo com o gênero das pessoas com as quais estamos falando. No entanto, em um ambiente com indivíduos diversos, a forma como a comunicação verbal ou escrita é realizada pode acabar excluindo algum grupo. Atentar-se para essa questão é fundamental para que todas as pessoas se sintam pertencentes ao local de trabalho.
Quer saber mais sobre o assunto? Neste post, vamos abordar o que é e como adotar a linguagem inclusiva na sua empresa. Confira!
O que é linguagem inclusiva?
Em sua origem, a língua portuguesa foi estruturada de forma binária, ou seja, as palavras são conjugadas nos gêneros masculino e feminino. Além disso, certas estruturas da nossa língua podem ser consideradas machistas.
Quer um exemplo? Geralmente, utilizamos o masculino para se referir a grupos, sejam eles formados apenas por pessoas do sexo masculino ou por diferentes gêneros. Assim, frases como “estão todos convidados” são comuns de serem utilizadas, mesmo quando estamos falando com um grupo composto por 99 mulheres e um único homem, por exemplo.
Porém, essas características da língua não contemplam mais a sociedade moderna, em que há uma maior diversidade de gêneros, bem como a conscientização da importância de promover a inclusão nos mais diferentes espaços.
Diante disso, foi criada a linguagem inclusiva, que se caracteriza por combater esses problemas, sem realizar alterações nas regras de gramática tradicional que regem o idioma. A finalidade da linguagem inclusiva é estabelecer uma comunicação que não seja ofensiva, nem exclua ninguém. Portanto, trata-se de uma comunicação que abrange todos os gêneros, fazendo uso de artifícios que já existem.
Quais são os pilares da linguagem inclusiva?
A adoção da linguagem inclusiva permite que as organizações cumpram a sua função social e de inclusão. Essa ferramenta não só colabora para a inclusão, como também deixa claro para todas as pessoas que o ambiente de trabalho reconhece e valoriza todas as existências, e as apoia.
Para tanto, a linguagem inclusiva tem como pilar incluir as pessoas do grupo LGBTQIA+ e mulheres, uma vez que a língua portuguesa historicamente sempre privilegiou o gênero masculino, como explicado anteriormente.
Sendo assim, a linguagem inclusiva é colocada em prática por meio de uma comunicação que está alicerçada no gênero fluído, ou seja, que se encaixa em mais de um gênero.
Quais são os tipos de linguagem inclusiva?
O intuito da linguagem inclusiva é abranger todos os grupos sociais. Sendo assim, ela se divide em alguns tipos, de acordo com o objetivo. Veja, abaixo, quais são eles:
- comunicação não violenta — pautada na empatia;
- linguagem não sexista — não exclui os diferentes tipos de gênero;
- linguagem antirracista — evita o uso de termos e expressões racistas;
- linguagem anticapacitista — que evita o uso de termos e expressões que geram preconceito contra Pessoas com Deficiência (PcD).
A inclusão aplicada à linguagem não para nos diferentes tipos de gênero, pois também cumpre o papel de garantir a acessibilidade no ambiente de trabalho. Por isso, ela se refere, ainda, à disponibilização de materiais em braile e libras para que as pessoas cegas e surdas possam se comunicar e participar ativamente do ambiente de trabalho.
Qual é a importância da linguagem inclusiva para as empresas?
Graças a muita luta por seus direitos, as pessoas de diferentes etnias, gêneros, orientações sexuais e culturas estão cada vez mais presentes nas empresas e em outros espaços sociais. É imprescindível que a língua acompanhe essas mudanças para fomentar a diversidade e, de fato, incluir todos os grupos.
As empresas que implementam a linguagem inclusiva ajudam a ampliar a diversidade, tornando o seu espaço de trabalho mais seguro e com oportunidades de crescimento iguais. Além disso, a iniciativa aumenta a eficiência da comunicação, evita conflito entre as equipes, gera a sensação de pertencimento e, consequentemente, melhora a imagem do negócio.
Como promover a linguagem inclusiva na empresa?
Mesmo que a linguagem inclusiva não necessite de alterações na língua portuguesa para que seja aplicada, é importante se atentar para alguns processos cruciais para o seu sucesso na hora de colocá-la em prática. Pensando nisso, preparamos um guia de linguagem inclusiva com regras básicas para aplicar esse conceito. Acompanhe!
Prefira utilizar coletivos
Em vez de utilizar palavras genéricas, o ideal é dar preferência para os termos que se referem ao coletivo, em especial quando a comunicação é voltada para um grupo de pessoas. Assim, no lugar de falar ‘’diretores’’, utilize ‘’diretoria’’, o que inclui todos os gêneros que compõem essa categoria dentro da organização.
Adote adjetivos e tempos verbais menos sexistas
Ainda que em uma sala de reunião estejam presentes três homens e dez mulheres, é comum que a pessoa responsável pelo evento se refira ao grupo pelo gênero masculino. Desse modo, para que os adjetivos e tempos verbais sejam menos sexistas, é indicado ter uma linguagem ampla, sem especificar o gênero.
Um exemplo é utilizar ‘’atente-se’’ ou ‘’preste atenção’’, em vez de ‘’fique atenta’’ ou fique atento’’.
Utilize substantivos coletivos para cargos oficiais e instituições
Quando a comunicação trata de cargos oficiais e instituições, na maioria das vezes, são utilizados termos como ‘’os gestores’’ ou ‘’os políticos’’. Contudo, o mais adequado é optar pelos substantivos coletivos, como ‘’gestão’’ ou ‘’classe política’’, que é abrangente e faz referência a todos os gêneros que ocupam esses cargos.
Pessoas antes dos adjetivos
Uma boa maneira de se referir a cargos, funções ou características específicas é usar a ‘pessoa’ antes do adjetivo. As vagas podem ser, por exemplo, destinada a “pessoas negras”, a “pessoas acima dos 60 anos” ou mesmo a “pessoa desenvolvedora” e “pessoa programadora”, etc.
Evite termos capacitistas
As palavras que dizem respeito à deficiência ou incapacidade são ofensivas e, se utilizadas na empresa, podem constranger e reforçar o preconceito para com PcDs. Jamais utilize expressões como “incapacitado”, “aleijado” ou “inválido”. Lembre-se: a expressão ‘portadora de deficiência’ também não é adequada. Incentive a sua equipe a evitá-las, dando preferência para o termo ‘’pessoa com deficiência’’.
A linguagem inclusiva é uma das ferramentas de inclusão fundamentais para a construção de uma sociedade mais igualitária. Para que se torne parte da cultura da empresa, ela deve ser aplicada em toda a comunicação, não só internamente, mas também com o público externo, principalmente na divulgação de oportunidades, o que deixa claro desde o início que todas as pessoas são bem-vindas para trabalhar no seu ambiente de trabalho.
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