Os bons departamentos de recursos humanos vêm trabalhando na inclusão de Pessoas com Deficiências nos ambientes de trabalho. Entre os objetivos da ação, busca-se um tratamento receptivo e respeitoso, que promova a participação de todos profissionais de maneira igualitária. O objetivo é integrar as pessoas com deficiência com naturalidade, como deve ser.
É fundamental que os times de gente e gestão desenvolvam programas de inclusão capazes de envolver a participação de todos os colaboradores da empresa. Além disso, o recrutamento e seleção de PcDs é obrigatório para organizações com mais de 100 profissionais.
Para ajudar você a receber seus colaboradores PcDs com a estrutura adequada, preparamos este artigo. Você também vai aprender a como trabalhar a receptividade da equipe como um todo.
Quais as boas práticas na inclusão de PcDs?
Quando as empresas investem na inclusão de PcDs, o empreendimento se torna mais humanizado. Isso prova que a organização pode ser, ao mesmo tempo, desenvolvida e comprometida com as questões sociais.
Para que esse objetivo seja atingido, é necessário investir em boas práticas. Confira as principais.
A preparação dos colaboradores
Para que a inclusão de PcDs no ambiente de trabalho seja efetiva, é necessário contar com a contribuição de todos que fazem parte da empresa.
Colaboradores precisam ser orientados sobre os valores de ensinar e partilhar. Não se pode admitir nenhum tipo de exclusão, preconceito ou tratamento pejorativo.
De um modo geral, o ser humano tende a se fechar para o novo, ou seja, ideias e atitudes diversas podem despertar certa resistência por parte das pessoas, porque isso implica mudar comportamentos e modos de pensar.
Para superar essa tendência, é preciso preparar toda a equipe de trabalho por meio de um planejamento na área de RH.
Um programa de inclusão de PcDs
É interessante que o departamento de RH, organizador e integrador entre as várias áreas da empresa, elabore um projeto de inclusão social interna, visando, em primeiro lugar, mensurar o nível conhecimento e vivência dos colaboradores.
Em segundo lugar, executando atividades para sensibilização e treinamento de todos os setores. Essas atividades serão representadas por palestras, cursos e aulas ministradas por pessoas especializadas, que podem ser psicólogos, professores ou membros de entidades públicas ou privadas.
A participação dos colaboradores deve ser efetiva, e é importante que sejam feitas análises dos resultados para conferir o nível de qualidade na mudança de comportamento entre os times.
Por que a recepção dos colaboradores PcDs é essencial?
Aprender a respeitar e a conviver com as diferenças é um princípio básico. No entanto, o desconhecido muitas vezes nos leva a situações delicadas e constrangedoras. É o que pode acontecer em nossas relações com Pessoas com Deficiências: muitas vezes, não saber como falar, qual termo usar ou até mesmo como agir em determinadas situações prejudica o bom relacionamento.
No ambiente do trabalho, esse tipo de situação deve ser evitada ao máximo. Uma vez que o onboarding de novos colaboradores é indicado para toda e qualquer contratação, no caso da inclusão de PcDs, o processo merece uma atenção especial. A forma como a pessoa será recebida na empresa faz toda a diferença na sequência da jornada profissional.
É importante que os colaboradores sejam envolvidos nessa dinâmica e saibam da condição dos novos colegas de trabalho. Promover a conscientização e a educação dos profissionais é essencial para evitar situações de constrangimento e também não colocar a pessoa em uma posição exaustiva, de ter que ensinar sobre a sua condição o tempo todo.
Lembre-se sempre de que todo onboarding tem início antes da chegada do profissional. No caso do onboarding de PcDs, além de se preocupar com o capital humano, as empresas também devem fazer um check-up em sua estrutura, para ter um diagnóstico sobre a acessibilidade e realizar as mudanças necessárias, antes do primeiro dia de trabalho da nova pessoa contratada – em caso de contratação nos modelos híbrido ou presencial.
Investir em reformas e adaptações quando a pessoa já está na empresa transmite uma imagem de que a organização não valoriza a diversidade dos seus times e que estava despreparada para com esse novo cenário.
Como implantar um programa de inclusão de PcDs?
Como falamos no início deste texto, a inclusão de PcDs é uma obrigação para empresas com mais de 100 colaboradores. Sendo que:
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
Até 200 empregados: 2%;
De 201 a 500: 3%;
De 501 a 1.000: 4%;
De 1.001 em diante: 5%.
Mas ela não é uma exclusividade das empresas com mais de 100 colaboradores. Na realidade, toda organização pode cumprir seu papel social contratando candidatos que sejam PcDs. Descubra, agora, como preparar os colaboradores para essa nova realidade.
Mapear a acessibilidade na estrutura da empresa
A estrutura da empresa deve ser um dos principais fatores para a inclusão de PcDs. E claro, é preciso ir além do obrigatório e investir para que a operação seja mais acolhedor para todos profissionais.
Adicionar rampas, alargar portas, contar com banheiros acessíveis, portas automáticas, poltronas largas e confortáveis são alguns dos investimentos que devem ser realizados para que todas as pessoas possam conviver em harmonia, ocupando os espaços de maneira igualitária.
O cuidado deve permanecer sempre que for organizado algum evento fora das instalações da organização. Por exemplo, ao enviar os profissionais para uma palestra ou investir em um curso, é essencial se certificar de que o local também é capaz de fornecer acessibilidade.
Incentivar a sensibilização dos colaboradores
Parte do preconceito com a população de PcDs tem origem na falta de informação. Muitas pessoas não sabem, mas 17,3 milhões de brasileiros têm alguma deficiência, o que representa mais de 8% da população. Mais da metade desse número tem menos de 60 anos. Ou seja, pessoas estas que estão ou estarão aptos a seguir a vida profissional.
É importante que os gestores façam as equipes entenderem que PcDs agregam em ideias e vivências. O conceito de diversidade no trabalho não se resume a homens e mulheres ocupando as mesmas posições ou a abranger as mais diferentes etnias no quadro de colaboradores.
Trata-se, também, de pessoas que têm algumas condições específicas, o que está longe de significar que são dependentes ou limitadas. A partir do momento em que as empresas estão conscientes sobre essas questões, a tendência é que a inclusão de PcDs seja um sucesso, principalmente pela diversidade cognitiva agregada à empresa.
Mais que ter um time sensível, acolhedor e empático, é preciso ensinar alguns conceitos. Por exemplo, ninguém deve se referir aos colegas PcDs como especiais, muito menos chamar as outras pessoas de “normais”, sugerindo que aqueles que chegam sejam “anormais”.
O único termo aceito é Pessoa Com Deficiência, registrado pela Portaria 2.344/2010, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil.
Mensurar os níveis de aceitação da equipe
A inclusão de PcDs não deve ficar só no papel ou na estrutura física. A conduta dos colegas de trabalho é fundamental para que o acolhimento seja completo.
No entanto, é preciso considerar que esse cenário nem sempre se desenvolve sem barreiras. Seja por falta de informação, seja por preconceito, seja por falta de ação, alguns colaboradores podem criar situações desagradáveis.
Por mais inacreditável que pareça, é necessário se preparar para qualquer tipo de ocorrência. Portanto, o departamento de gestão de pessoas deve mensurar o nível de aceitação da equipe.
Isso pode ser realizado por meio de uma política de feedback com o objetivo de coletar a opinião dos colaboradores e descobrir onde estão os gargalos. Essa etapa precede a próxima: planejar e adotar ações estratégicas para incentivar a informação e a sensibilização dos colaboradores. É como falamos antes: o processo de onboarding de PcDs é iniciado muito antes da chegada das pessoas.
Qual a importância de ter um programa de inclusão completo?
O programa de inclusão de PcDs vai além do que esclarecer aos colaboradores sobre a necessidade de dividir o ambiente de trabalho. Esse cuidado pode ir além e também ensinar sobre a necessidade de partilhar e conviver com essas pessoas e outros grupos que também sofrem com a discriminação, como mulheres, pessoas negras, indígenas, imigrantes e idosos.
É importante que o programa ensine o quanto é produtivo conviver e aprender com pessoas diferentes. Os colaboradores devem entender que elas não são descaracterizadas nem completamente dependentes, mas podem ensinar e tornar a experiência cotidiana de trabalho mais valiosa.
Não se deve esquecer também de adaptar o espaço físico, ainda que gradualmente, a possíveis limitações dos novos colaboradores, com rampas, banheiros adaptados, sinais sonoros e comunicação em braile, por exemplo.
O assunto é cada vez mais presente e relevante nas empresas. Nada melhor que permitir que mais pessoas sejam capazes de produzir e contribuir para o crescimento da economia brasileira por meio da inclusão de PCDs, não é mesmo?
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A nível organizacional, a revolução dos costumes obstaculiza a apreciação da importância dos relacionamentos verticais entre as hierarquias.