A boa relação entre franqueado e franqueador é de extrema importância para o sucesso e rentabilidade do negócio. Porém, conflitos e problemas surgem ao longo da convivência. Distanciamento entre as partes e constantes reclamações são alguns sinais de que algo não está bem e precisa ser melhorado.
“Rede e franqueados precisam ter conhecimento que o sistema de franchising é sustentado pelo lucro mútuo, transferência de know how e qualidade da marca. A relação é mútua e cada um precisa do outro para sobreviver no mercado”, enfatiza Alceu Loures Macuco, consultor da ba}STOCKLER.
Segundo Macuco, o principal motivo de desgaste nesse tipo de relacionamento é certamente a quebra da confiança. “Isso ocorre por falta de transparência na prestação de contas, rentabilidade abaixo da expectativa, problemas com território de atuação, escolha errada do ponto comercial e ausência ou deficiência da consultoria de campo”, detalha o consultor.
Outros entraves que geralmente surgem ao longo do tempo são a falta de alinhamento nas expectativas e ruídos ou falta de comunicação entre as partes. Também há casos em que o franqueado, ao adquirir experiência no mercado, começa a agir de forma autônoma à rede, gerando conflitos de interesses. A solução para a maioria desses problemas deve partir do franqueador, já que precisa oferecer um negócio que seja viável e rentável para ambas as partes.
“É fundamental que a rede tenha um plano de negócios consistente; seja transparente quanto aos riscos; e possua estrutura física e financeira, com números de funcionários capacitados suficientes e logística adequada para entregar o combinado à franquia”, afirma Macuco.
Para não haver falhas na comunicação, é essencial que as franqueadoras preparem manuais de orientação que abordem a operação do negócio, marketing promocional, inauguração, identificação do ponto comercial ideal entre outros pontos. Por outro lado, a franquia precisa ler esse material, pois uma simples leitura pode evitar alguns entraves do dia a dia.
Macuco também alerta que se os conflitos chegarem a um ponto em que a única solução é o rompimento, é preciso que isso aconteça de uma forma menos traumática e que acarrete o menor prejuízo para ambas as partes. “Normalmente, o franqueado acaba vendendo sua unidade à própria franqueadora ou a terceiros, após aprovação da rede”, constata Macuco.
Para finalizar o consultor alerta que é muito importante reconhecer os problemas e buscar soluções antes que os conflitos se alastrem por toda rede e, em alguns casos, que cheguem até os fornecedores e clientes. Essa situação é muito grave, pois envolve não só o produto ou serviço da empresa, mas até a marca, que é o maior bem em questão.
“Se chegar a esse ponto, é necessário ser transparente e esclarecer ao público o ocorrido, além de ressarcir os possíveis fornecedores e consumidores lesados”, conclui Macuco.