Autoritarismo, “política do terror”, centralização e abuso de poder. Todas essas são atitudes recriminadas por grande parte do mercado nos dias de hoje quando envolvem profissionais do alto escalão nas organizações. As empresas mudaram seu modo de agir e pensar, e o conceito de colaboração é cada vez mais difundido.
Neste contexto, O CEO, ou Chief Executive Officer, é conhecido como o responsável pelo cargo de maior responsabilidade e é exigido também destes executivos uma nova postura. Presidentes e diretores que agem de forma autoritária e que escondem as próprias falhas, julgando seus subordinados pela falta de resultados, sem saber como apoiá-los, acabam sendo os principais responsáveis pelas possíveis falhas das companhias.
E não adianta apontar apenas para quem está embaixo: o próprio alto executivo pode ser desligado da empresa. Ao contrário de algumas décadas, em que apenas funcionários acatavam ordens, nos dias de hoje os CEOs também têm de agir como mais um colaborador. “O exemplo tem que vir da alta administração e, hoje, ela é formada pelos executivos, que colocam a ‘mão na massa’ e são grandes facilitadores. Os CEOs têm de estar totalmente cientes da gestão comercial e foco de negócio das organizações”, observa Eduardo Bahi, consultor de Carreira e vice-presidente da Thomas Case & Associados.
Para Bahi, estes profissionais não terão autoridade sem serem responsáveis pelos resultados finais. “A ponto-chave é ser sempre um grande facilitador e ser firme na hora de ter que dispensar um colaborador que não corresponde às expectativas”, completa.
Ser um agente de mudança significa conseguir vender as ideias de forma assertiva para que os colaboradores alterem positivamente o cenário presente. “O primeiro conhecimento que busquei para me sentir preparado para assumir uma posição de CEO foi de como ter uma gestão focada em resultados com equipes de alta performance. Com isso, especializei-me bastante em cursos no Brasil, EUA e Europa para que pudesse me tornar uma profissional capaz de criar um clima organizacional motivador e, assim, atingir altos resultados”, conta Fernando Dias, CEO da Pure Bros, empresa líder no mercado de integração entre provedores de conteúdo e operadoras de celular. Segundo o executivo, corporações têm foco em resultados e a melhor forma de atingi-los e superá-los é por meio de equipes motivadas, focadas e felizes.
Sucessão de executivos
Promover um executivo da própria organização para o maior cargo ou contratar algum profissional de fora? As duas práticas são bastante executadas no cenário atual, porém ambas têm prós e contras. A maioria dos casos de contratação externa justifica-se pelo fato de não ter encontrado alguém preparado internamente. Muitas vezes, a empresa não dá oportunidade de carreira e buscam profissionais de fora – isso causa uma grande insatisfação entre a alta gerência. “Tenho notado que muitos diretores têm buscado recolocação porque na promoção para CEO, foi indicado alguém de fora, sem muito critério. Isso desestimula os colaboradores e a companhia perde seus talentos”, aponta Bahi.
Promoções internas sempre são bem-vindas, pois se subentende que o executivo já conhece o negócio e a cultura da empresa. Tomar uma medida errada é menos provável do que um profissional que não conhece a fundo o core business da corporação. “Anteriormente, eu atuava em um local onde o cargo máximo era o de gerente geral, pois havia um limitador político para chegar ao cargo de CEO. Porém, nesta empresa eu já era responsável por toda a equipe e também por resultados, muito parecido com o que eu faço hoje. Acho que foi inevitável que, em algum momento, eu sairia para assumir uma posição mais alta em outra empresa, e se não fosse de CEO, seria bem similar”, relata Fernando Dias.
Para alcançar a posição de CEO, é preciso ser um sujeito humano e ter a capacidade de alcançar bons resultados através da liderança, e não da hierarquia. Um líder carismático consegue atrair o foco na busca pelos resultado que ele espera para a empresa.