Nas decisões sobre medidas de sucesso sobre a aplicação da sustentabilidade nas empresas, os diretores financeiros (chief financial officer ou CFO) possuem um grande desafio na gestão de programas com práticas diferenciadas e manutenção do financeiro.
“Para qualquer nova medida devemos acreditar no propósito da empresa. A geração de valor da sustentabilidade tem que estar integrada com o valor da corporação”, afirma Roberto Pedote, vice-presidente de Finanças e Jurídico da Natura.
O que muitas corporações fazem atualmente é copiar modelos estrangeiros de sustentabilidade sem analisar as ações e gerar um diferencial dentro do território brasileiro, e que possa realmente contribuir para o meio em que vivemos. Neste contexto, a responsabilidade dos diretores financeiros é altamente importante quanto a estratégia de posicionamento da empresa, pois qualquer ação sustentável deve gerar um retorno positivo na balança financeira.
“Tudo que se realiza nos programas sustentáveis deve ser alinhado com o caixa da empresa, ou seja, não basta somente propor uma ideia espetacular. Ela deve ser realizada trazendo o mesmo retorno financeiro de sempre, e este é o grande desafio”, explica Othon Tavares de Almeida, líder do CFO Program Deloitte.
Outro fator importante das discussões sobre sustentabilidade é fazer um projeto ser rentável em regiões onde a demanda sustentável é diferente, ou seja, um programa não valerá para todas as regiões do Brasil, cada uma exige um cuidado especifico pela empresa. “A sustentabilidade deve ser um diferencial competitivo e devemos adequar cada ação ao que se realmente interessa em uma região e isso a Natura vem fazendo bem”, enfatiza Pedote.
Os diretores estão defendendo as causas da sustentabilidade nas empresas construindo indicadores que confirmem o bem e o retorno que um determinado programa traz para empresa e para uma região. “Investimos em pesquisa na Amazônia, e entregamos para um diretor de Inovação, mas queremos dados relevantes das pesquisas, e não somente um instituto para diminuir tributos ou fazer bonito queremos resultados para o negócio também”, conta Pedote.
Já para Othon, para amenizar prejuízos o tema sustentabilidade deve estar integrado por todos os departamentos da empresa e em sua cultura também. “Não basta fazer diferente para os outros se dentro do escritório o ser sustentável não existe. É necessário o tempo de aculturamento da ideia, da ação e do programa em si”, resume Othon.