Autor: Camila Martins
Engana-se quem acredita que apenas grandes empresas, que possuem recursos para investir, podem ser inovadoras. Ter a mente aberta para o novo e para o diverso é o principal ingrediente para se reinventar e realizar projetos arrojados – que nem sempre estão baseados em tecnologias totalmente inéditas, já que em muitos casos, aprimorar algo existente ou recombinar elementos pode ser a grande sacada.
João Roncati, economista, mestre em planejamento estratégico e diretor da People Strategy, dá 5 dicas fundamentais para os que desejam cultivar a inovação nos negócios, independente do porte ou área de atuação da empresa.
1 Mude a perspectiva: veja o mundo por outros ângulos
Pode parecer óbvio, mas é o principal erro cometido. Fala-se muito e pratica-se pouco e isso acontece porque acreditamos que inovação requer dinheiro e grandes laboratórios de pesquisa. Isto pode ser necessário, mas será excessivamente dispendioso se não criarmos um ambiente disruptivo por algo simples: evitar a convergência fácil de ideias e cultivar o “pensamento divergente”. Precisamos olhar as mesmas coisas de outra forma: comece vendo sua empresa pelos olhos dos clientes. Saia da defensiva e do lugar comum.
2 Tempo dedicado: nada muda sem esforço focado
Comece utilizando os recursos disponíveis e sob sua gestão: o seu tempo e do seu “capital humano” – sua equipe. Ofereça tempo e espaço para que as pessoas debatam, divirjam, tragam novas ideias. A criatividade precisa ser alimentada, ela não surge apenas do desejo, mas do cultivo. Reserve horários e salas para brainstorms e reuniões nas quais o propósito seja a troca de conhecimentos e a busca de soluções para problemas conhecidos e perenes. Instrua e peça a “divergência construtiva”: ela testa a consistência do que fazemos e permite novos ângulos. Abra espaço para o novo.
3 Processos: inovação requer novas competências que são locomotivas novas em trilhos antigos – processos não revistos
Você está olhando por outras perspectivas, cultivando o pensamento divergente e agora precisa mudar o “dia a dia”, d o contrário, as novas e possíveis boas ideias morrerão nas salas de brainstorming. Só será possível partir para a implementação, se você revisar e ajustar seus processos, senão, o novo será “reconformado” pelo velho e adivinhe? Nada mudará! Mude o jeito e o como as coisas são feitas. Sem mudança de cultura e de processos a inovação será menos que uma onda passageira. Abra novos trilhos e caminhos.
4 Ouça e compartilhe: a solidão pode ser uma armadilha
Você está implementando soluções novas, mas na verdade, apenas debateu o desenho e o protótipo com você mesmo. O receio de perder uma boa ideia ou tê-la copiada, cria muitas vezes, um excessivo isolamento para seu protagonista ou para o líder de uma organização. Escolha pessoas em em quem confia e dê um jeito de testar o conceito com seus clientes: você testará a solidez e a viabilidade antes de lançar algo que parecia ótimo, mas poderá representar um fracasso. Olhar por outros ângulos, significar também, com outros olhos.
5 Erre: não só é humano como é uma forma de chegar mais rápido ao sucesso
Não tenha medo das falhas, sempre que foram produzidas com esforço focado – busca de uma nova solução ou produto. Produzir algo novo é, em geral, fruto de uma séria de boas ideias que fracassaram e deram espaço para ideias ainda melhores. Por isto, quando o erro ou fracasso ocorre, será essencial aprender com rapidez e mudar a rota, somando a experiência. Daí a importância de compartilhar e estar aberto para ouvir: são aceleradores do aperfeiçoamento que levará a inovação.
Se perguntarmos para diferentes empreendedores inovadores como eles alcançaram o sucesso, certamente as trajetórias serão diferentes, mas muitos trilharam grande parte destes caminhos – mesmo que inconscientemente.