Atualmente, o Brasil vive uma fase de grande ascensão econômica, por esse motivo as pessoas já se sentem mais seguras para investirem em seus sonhos, o que caracteriza um aumento considerável no número de empreendedores no país. Estamos atrás apenas da China e dos Estados Unidos, com 27 milhões de brasileiros à frente ou envolvidos em negócios próprios, conforme dados do SEBRAE.
No caminho para conseguir abrir um empreendimento, surgem diversas necessidades, a principal delas é o capital. Muitos optam, então, por criar uma sociedade e dividir não só as despesas e a força de trabalho como também as tomadas de decisões e possíveis lucros do investimento.
“É onde começa o problema, muitas sociedades empresárias acontecem sem ao menos as pessoas se conhecerem direito, ou no caso de serem parentes e amigos, sem avaliarem os prós e contras que o negócio acarretará. Se não houver essa avaliação, os riscos de tumultuar a relação são consideráveis. Sociedade é como um casamento: ninguém deveria ficar sócio de alguém com quem não tenha convivido por pelo menos um ano. Este é o período mínimo para saber se alguém é compatível com você”, ressalta Eduardo Ferraz, consultor e autor do livro “Vencer é ser você”.
É extremamente importante definir, de início, os papéis que cada pessoa exercerá de acordo com o perfil e aptidão de cada um, e quando algo sair diferente do combinado, deve-se dar satisfação à outra parte. Quando as coisas são bem planejadas e as partes se respeitam, é possível manter um negócio muito lucrativo, usando a sinergia empresarial proporcionada pela complementaridade dos sócios.
“Esse comportamento é decisivo, pois o relacionamento dos sócios afeta diretamente o ambiente de trabalho, a qualidade da prestação de serviço, a velocidade das decisões e até mesmo a qualidade de vida dos sócios e seus respectivos parentes, em caso de negócios familiares. É o fator de fracasso ou sucesso do empreendimento”, observa José Carlos Ignácio, sócio-fundador da JCI Acquisition e autor do livro “Todo relacionamento entre sócios pode ser melhorado”.
7 dicas de como administrar uma sociedade empresária
Os autores José Carlos e Eduardo Ferraz listaram dicas essenciais para resolver problemas em sociedade, e consequentemente, evitá-los:
1. Escolha bem: é preciso ter consciência, ninguém deve ficar sócio de alguém com quem não lide muito bem;
2. Analise prós e contras: antes de iniciar uma parceria faça uma lista dos prós e contras que esse negócio acarretará. Só valerá a pena começar, se houver muito mais “prós”. Além disso, é preciso lembrar que você precisa estar disposto a dar satisfações sobre seu trabalho;
3. Priorize o diálogo: o diálogo é essencial, à medida que evite se conviver com insatisfações mal resolvidas;
4. Divida as tarefas: procure aproveitar as melhores habilidades que cada um possui para executar as diferentes tarefas. Evite debater todo e qualquer problema. Apenas decisões estratégicas devem ter participação de todos os sócios;
5. Estipule a remuneração: combine, antes de começar o negócio, como será a retirada mensal e anual de cada um dos sócios. O mesmo ocorre na divisão dos lucros ou na reaplicação dos valores;
6. Deixe claras as regras: quando a sociedade é com familiares ou amigos, a confiança, a liberdade e a intimidade podem ajudar na realização de projetos e na tomada de decisões. No entanto, separe o público e o privado, tendo regras claras de conduta para cada participante. Quando se trata de pessoas íntimas, a tendência é que quando aconteça uma ruptura nos negócios isso também afete seriamente a relação;
7. Defina uma agenda para reuniões: adote o hábito de discutir abertamente insatisfações em relação ao sócios, sejam quais forem, pois toda sujeira jogada para debaixo do tapete transforma-se em uma bomba de efeito retardado sobre a sociedade.