O trabalho sem dúvida é uma das maiores preocupações dos brasileiros frente ao cenário de crise no país. A taxa de desemprego aumenta mês a mês e as relações de trabalho nas organizações tendem a ficar mais frágeis e confusas. A comunicação que deve humanizar cada vez mais estas relações deve ser a saída das corporações. Mas comunicar durante uma crise é um desafio, mas um desafio que deve ser encarado!
Antes de tudo, a comunicação organizacional deve repensar o seu papel, que deve ser de protagonista estratégico. Colaboradores não devem ser enxergados apenas como aquele funcionário que fica entre 6 e 10 horas no ambiente de trabalho, é preciso pensar neles em período integral, pois o que acontece durante todo o dia muda a pessoa e consequentemente o profissional. Aliás, é preciso deixar claro que aquela ideia de um profissional que deve ser um dentro da empresa e outro fora, está errada, certo? Uma comunicação correta deve entender que as pessoas levam sim tudo o que ela é, sabe e sente para o ambiente corporativo.
O trabalho é um dos principais – se não o principal – fator que faz com que uma pessoa tenha relações sociais, ou seja, está no topo das preocupações de um cidadão. Deve-se entender esta importância para comunicar de maneira correta, o certo é planejar e não sair agindo com ações que não dão certeza de retorno. Sim, em um cenário de cortes de custo os retornos devem ser certeiros. Vale lembrar que o retorno no âmbito comunicacional nem sempre é dinheiro no caixa. Se uma organização ainda não entendeu isso ela não conseguirá investir em comunicação estratégica.
A crise ”está” nos jornais, nas rádios, na TV, nas conversas em transportes públicos, nas mesas do bar e sim, dentro de toda e qualquer organização. O tema está sendo amplamente discutido e as organizações que normalmente preferem não comentar sobre o assunto precisam entrar na discussão.
Não adianta esconder o cenário da organização, quando se trata de seu ganha-pão o colaborador sempre está bem informado. Cortes, resultados, mudanças de estratégia, remanejamentos, parece o óbvio, mas comunique, é o melhor a se fazer.
A crise é para todos, por isso mesmo ela deve ser discutida. Os colaboradores podem e irão dar o seu melhor para proteger o seu trabalho e sua posição social, mas o grau de ajuda dependerá do quão informado este trabalhador está. Repensar em ações que cortem custos e maximize resultados pode ser muito mais proveitoso quando os colaboradores podem trazer suas ideias.
As novas relações de trabalho têm os colaboradores como polivalentes e faz com que eles estejam mais atrelados aos resultados das organizações, sejam cada vez mais responsáveis por seus processos de trabalho. Mas e aí? Como estes colaboradores podem atender à estas responsabilidades sem informações sobre o cenário da organização? Resta dúvidas que o diálogo é a saída?