Muitos são os profissionais que esperam o momento da promoção para ter o reconhecimento do trabalho e, assim, passar a viverem novos desafios na carreira. No entanto, alguns usam deste momento para demonstrarem uma ganância inútil, a qual não ajudará em nada no desenvolvimento da equipe.
Segundo Diego Maia, autor do livro Como Ser Um Gestor de Sucesso, da Alta Books, para assumir um cargo de gestão não é necessário mudar a postura com as pessoas, pois isso pode representar um desvio de conduta visto como negativo para os subordinados. As pessoas esquecem que cargos de liderança não são uma profissão propriamente dita e, sim, uma passagem provisória e temporária.
“Não há coisa pior nesse mundo do que, ao ser perguntado ‘qual é seu cargo? ‘ ou mesmo `qual é sua profissão? `a pessoa responder algo do tipo `chefe de setor`. Quem tem chefe é índio! Um gerente, supervisor, coordenador – cargos que conjugam trabalho tático e estratégico – apenas está “gerente, supervisor, coordenador` e não pode se sentir melhor do que os outros por isso”, explica Maia.
É verdade que gerenciar um amigo de trabalho, que até pouco tempo atrás era um par, é uma atividade complexa. “A intimidade deve ser reduzida, mas permaneça intimista! Mudar porque precisa demonstrar respeito é uma coisa. Mudar porque subiu no salto e passou a ganhar mais é outra totalmente diferente”, afirma o autor.
Já para Silvana Lage, especialista em consultoria de imagem, etiqueta profissional e oratória, a melhor forma para construir uma equipe após a promoção é deixar transparente para os profissionais que existe respeito e consideração pelo trabalho de todos.
“Muitas pessoas não aprendem a lidar com o subordinado que um dia foi par ou colega de equipe e passa a tratar a pessoa com desrespeito e indiferença. O que o líder deve deixar claro é que todos devem andar junto, desta forma, a acolhida já dirá muito sobre o perfil da liderança”, explica Silvana.
E quando o poder sobe para a cabeça?
Existem profissionais que esperam o momento da liderança para mostrarem quem são de verdade e isto é algo que não se pode prever. “O poder não muda as pessoas, da mesma forma que dinheiro. Estes itens apenas mostram, de fato, quem somos. A recomendação é se manter fiel aos princípios, mesmo que tudo pareça não fazer sentido”, ressalta Maia.
Já para aqueles que temem não serem levados a sério pela equipe e optam por mudar de postura, Silvana afirma que é um grande erro.
“Existe inveja e despeito dentro das equipes e muitos líderes para se protegerem de sabotagens passam a mudar de postura, sendo rígidos e se afastando de eventos, como almoços, happy hours, mas, o que de fato deve ser feito é um diálogo sincero, deixando clara a importância de todos e da união do time”, aponta Silvana.
Ainda existem aqueles que não se sentem a vontade em lidar com a direção, por exemplo, por medo de dizer algo errado ou por não saberem como devem se comportar em jantares de negócios. Silvana indica um curso de etiqueta empresarial que dará as direções para o novo líder, “é fundamental saber se vestir e se comportar diante da diretoria que o verá com outros olhos, mas é sempre importante saber de onde veio e por que está realizando aquele desafio”, finaliza a especialista.
