No mês em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher, uma pesquisa divulgada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) apontou aumento das mulheres no mercado de trabalho na região metropolitana de Salvador. Entretanto, elas seguem ganhando remuneração menor em comparação aos homens.
Com o crescimento da presença feminina no mercado de trabalho em posições com carteira de trabalho assinada, o mercado de trabalho em Salvador (BA) passa por mudanças. Em 2014, a região teve redução nas taxas de desemprego feminino, que passou de 22,3% para 20,2%, atingindo a segunda menor taxa da história da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), levantamento feito em parceria com o Dieese.
No ano passado, o município abriu 16 mil postos de trabalho para mulheres, contra 9 mil para homens. Como consequência, o número de mulheres desempregadas na cidade decaiu em 20 mil, enquanto o de homens cresceu em 4 mil. Apesar de ainda haver diferenças na remuneração paga para eles e para elas (em todas as posições e setores avaliados), a distância entre os salários diminuiu – em 2013, a taxa de desemprego feminina era 52,7% maior que a masculina; porém, em 2014 essa diferença caiu para 35,6%.
Na opinião de Luís Chateaubriand, analista da SEI, embora o resultado seja positivo, não é suficiente para eliminar as desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho. “As mulheres persistem com as maiores taxas de desemprego, maior dificuldade na oferta de cargos de chefia e rendimentos inferiores. Ainda existe um longo caminho pela frente”.
De acordo com a edição de fevereiro da Pesquisa Salarial e de Benefícios da Catho, a média salarial em Salvador para homens é de R$ 2.591,50, enquanto para as mulheres é de R$ 1.873,60. Setores de Serviços e Comércio são ainda os que mais contratam mão de obra feminina na região.