Por Adriano Corrêa Teixeira
Na minha última coluna falei sobre algumas características que minam a imagem da nova geração de profissionais que chega ao mercado de trabalho. Além de melhorar suas habilidades sociais, o que mais pode ser feito para engajar o jovem profissional?
Vou contar uma história fictícia para exemplificar minha sugestão. Um jovem devidamente qualificado para sua função trabalha na área de crédito de Pessoa Jurídica de um banco há pouco menos de um ano. Passa o dia analisando documentos para recomendar ou reprovar a operação de crédito.
Entediado com seu trabalho, ele se dirige ao seu chefe pedindo para mudar de função ou de departamento, pois está cansado de fazer aquilo – já havia até enviado currículo para outras empresas. O chefe lhe disse que é um bom analista e que até pretende promovê-lo. Esses argumentos não ajudaram muito.
Certo dia, um gerente da agência que lhe encaminhava as análises de crédito, convida o jovem para visitar dois clientes, um cujo crédito fora negado e outro com seu crédito aprovado.
O cliente do crédito negado estava tentando manter sua empresa que, na verdade, já estava em situação falimentar irreversível. Dar-lhe crédito significaria agravar ainda mais a situação, aumentando o desespero do empresário criando mais dificuldades em arcar com suas dividas. Negar este crédito fora positivo para todos.
Em seguida visita um cliente que recebera o crédito do banco. Este aumentou seu parque fabril, produziu e vendeu mais, ampliou a oferta de empregos diretos e indiretos trazendo prosperidade para a região.
Após as duas visitas, o analista de crédito sente o poder de mudar a vida das pessoas e acaba voltando motivado para seu trabalho.
Isso ocorre por que o jovem quer sentir que faz algo para mudar o mundo, por isso se engaja muito facilmente em qualquer movimento de cunho social. Quando ele passa a trabalhar para “o capitalismo selvagem”, inconscientemente, sente que traiu os princípios de sua geração, o que acaba por desmotiva-lo. Encontrar sentido no que faz é a função do jovem e do próprio gestor, mas seja curioso e analise em toda a cadeia produtiva, como seu trabalho ajuda as pessoas e certamente o fará com maior prazer.
Adriano Corrêa Teixeira é empresário, escritor e palestrante. Pós-graduado em Marketing com especialização na ESPM-SP e com curso de Finanças pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Possui mais de 13 anos de vivência consultiva, comercial e empresarial, em multinacionais da área da tecnologia como Unisys, Xerox, IBM e AT&T e Telefônica. Há 8 anos atua como palestrante motivacional sobre consumo e mercado de trabalho pela ACTCOM – Desenvolvimento Pessoal e Financeiro. Atualmente, colabora com diversos veículos, entre sites, jornais e revistas do país. Facebook: facebook.com/actcom.dpf | e-mail:contato.actcom@uol.com.br| Canal do Youtube: actcom dpf