Segundo pesquisa realizada pela consultoria Robert Half com 1.775 diretores de recursos humanos de 13 países, sendo 100 brasileiros, no Brasil, em 85% das empresas, menos da metade de suas funcionárias retorna à vida profissional após o nascimento de seus filhos. A taxa é bem mais alta que a média global – 52% das companhias ouvidas em todo o mundo relataram o mesmo problema.
Em relação às mulheres que ocupam cargos de gestão, a taxa de retorno ao trabalho é mais alta. Apenas 37% das companhias brasileiras responderam que a volta ao trabalho fica abaixo de 50%, enquanto 63% relataram que o índice é superior a 50%.
Esta movimentação ocorre devido ao esforço da mulher em atingir cargos de liderança e, obviamente, não querer perder as conquistas em anos de carreira. Além disso, os salários para gestores fazem diferença dentro do equilíbrio orçamentário de um lar.
Já na pesquisa realizada pela Catho sobre as mulheres e a carreira, 71,7% das profissionais que estão presentes no mercado são mães e cerca de 53% delas já deixaram de trabalhar para cuidar dos filhos por um período médio de 2 anos. Somente 2% delas não estão trabalhando e não estão buscando uma recolocação.
Algumas empresas facilitam a volta ao trabalho
Para Eduardo Ferraz, Consultor em Gestão de Pessoas, a pausa atualmente não atrapalha a carreira das mães, pois o mercado de trabalho está carente de mão de obra qualificada, ou seja, se a profissional mantiver um nível de qualificação positivo, não enfrentará problemas futuros.
“80% das organizações sofrem para conseguir bons trabalhadores hoje em dia, portanto, para a mulher que decide pausar a carreira para cuidar dos filhos, uma opção é manter uma atividade de freelance com projetos interessantes e sempre buscar o desenvolvimento das habilidades, realizando cursos à distância, aprimorando idiomas e ficando atenta às mudanças e exigências da profissão que exercer”, afirma Ferraz.
Outra movimentação importante observada por Eduardo como solução para as companhias que não sabem lidar com esse dilema é investir em creches internas ou auxílio financeiro para manter uma escola integral para os filhos enquanto as mães estão trabalhando. “Uma possibilidade interessante que também ocorre em grandes empresas é oferecer, após o período de licença maternidade, a opção de mais seis meses de home office para a mulher”, conclui o consultor.
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