A procura por práticas econômicas e que não agridam o meio ambiente são ações que grandes empresas já estão aplicando. O interesse do consumidor por produtos e serviços decorrentes de práticas economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas cresce a cada dia e as pequenas e médias empresas também estão investindo.
Essa tendência irreversível imposta pelo próprio mercado já é realidade para a indústria de cosméticos Feitiços Aromáticos, que vende produtos como perfumes, hidratantes e sabonetes e fica localizada no bairo de Itaquera em São Paulo e possui um pouco mais de 18 funcionários.
“Desde que iniciamos nossas atividades, em 2001, procuramos pensar em toda a cadeia produtiva, da compra de material dos fornecedores, até o transporte de nossos produtos, passando pelo impacto na comunidade e na economia”, enumera Raquel Cruz, sócia-fundadora da companhia.
O resultado dessa preocupação rendeu à companhia o segundo lugar no ranking “As empresas mais sustentáveis segundo a mídia”, divulgado o ano passado. Atrás somente da Natura, a Feitiços Aromáticos é a única micro empresa entre as primeiras colocadas. A organização também conquistou o “Prêmio de Sustentabilidade”, concedido em 2011 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Pesaram para o reconhecimento iniciativas como o apoio a uma cooperativa de catadores de lixo, a contratação dos colaboradores da região, fábrica com maior iluminação natural, compra de papeis somente com origem conhecida e a utilização de proteção de embalagens ecológica.
A luminosidade interna da empresa, por exemplo, garante que apenas 40% das lâmpadas instaladas precisem ficar acesas durante o horário de expediente, o que provoca bem-estar a quem trabalha e economia na conta e dos recursos naturais.
Outra medida é que mais de 90% dos funcionários são do bairro. Com isso, os colaboradores chegam de bicicleta ou a pé ao serviço, em apenas 15 minutos. Consequência: maior qualidade de vida e menos pessoas apertadas nos ônibus e trens ou precisando tirar da garagem seus veículos particulares.
A embalagem também é um item prioritário na questão de sustentabilidade. “Usamos extrusado de milho como material de proteção de embalagem e amortecimento no transporte. Trata-se de uma solução biodegradável, orgânica, de baixíssimo custo e ecologicamente correta, enquanto que a maioria das empresas opta pelos sacos plásticos”, compara Raquel.
A saúde é outro item inegociável, por isso é que a empresa não inclui em suas formulações conservantes à base de parabenos. . Embora ainda não seja proibida no Brasil, a substância poderia apresentar reações adversas e colocar em risco a saúde do consumidor. Segundo estudos internacionais, o parabeno não é seguro e está associado ao surgimento de câncer de mama.